segunda-feira, 28 de maio de 2007

Liberdade

A tentação de reduzir a liberdade de expressão é comum a vários regimes e sistemas. Em Portugal fala-se disso, uma tímida vassalagem à voz do dono e uma propensão para querer mostrar serviço da pior forma, que como atitude acumulada poderá instalar um sentimento de auto-censura que é mais difícil de combater que a oficial, por dominar as consciências individuais. Na Venezuela pratica-se. O mundo está a ficar perigoso.

Greve geral

Uma pergunta que pode ser estúpida: falando-se que a participação nas greves é cada vez mais baixa faz sentido decretar serviços mínimos? Não serão estes assim uma forma de reduzir os efeitos da greve, de qualquer greve e uma intromissão nos direitos individuais e colectivos de trabalhadores à indignação com políticas de governos que decretam os serviços mínimos? Se o governo estivesse confortável, era necessário decretar os serviços mínimos? Todos para a greve que o homem-teimoso merece, ainda mais porque para lá dos personagens, existe uma política de direita (leiam os artigos de Vasco Pulido Valente e António Barreto no Público de domingo) que é necessário contrariar e combater

sábado, 26 de maio de 2007

Moura BD

16º salão de banda desenhada em Moura. Até dia 2 de Junho. Autores portugueses e estrangeiros, exposições e um exclusivo mundial: os próximos números de TEX pelos novos autores. Aconselha-se uma visita ao Castelo.

Telenovela

O circo mediático montado em torno do caso Madeleine remete o drama da família e principalmente da criança para uma espécie de telenovela em que se espera e deseja um final feliz. Em que se esquece o essencial: as inúmeras crianças que todos os dias desaparecem, morrem ou sofrem por maus tratos e más condições económicas. A atitude inacreditável dos sistemáticos directos que não adianta nada e que os intermináveis minutos de reportagem (?) seriam resumidos, em termos noticiosos, numa frase curta: não existem novidades do caso. Tão só e simples.

Rigor

Rigor foi o lema escolhido para os cartazes da candidatura socialista à Câmara de Lisboa (que hoje foi fazer campanha a Setúbal!). Se apresenta tanto rigor, porque razão o novo MAI tem que lançar um ajuste directo, com um dia de resposta, para contratar os helicopteros da campanha de combates a incêndios que começa na sexta-feira, dia 1 de Junho?

quinta-feira, 24 de maio de 2007

A questão

O fundamental não é saber se a melhor localização para o aeroporto é a Norte ou a Sul de Lisboa. O fundamental é perceber-se que a fundamentação é escassa para justificar a opção pela OTA, quando poderia haver outras mais baratas. O fundamental é perceber quem vai lucrar com a construção do novo aeroporto, quem são os principais beneficiários, qual é a jogada que está por detrás disto. E da construção da linha de TGV entre Lisboa e o Porto, milhões e milhões para ganhar meia dúzia de minutos no tempo do percurso, com paragem (perdoem a comparação) em quase todos os apeadeiros como acontecia nas deslumbrantes e lentas linhas regionais. E isto não é só um negócio socialista, o PSD há bem pouco também o defendia. É o centrão a funcionar em pleno. Fundamental é entender como o Cavaco Silva se mantém calado com um governo, particularmente alguns ministros, está a revelar debilidades e uma propensão para a asneira e o ridículo. Eventualmente, os interesses que garantiram a eleição de Sócrates e Cavaco foram os mesmos.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Ignóbil

Todos os dias da semana, a rádio pública coloca no ar uma rádio novela intitulada «Quem és tu Zé Tó» que é verdadeiramente desprezível e destituída do elementar bom senso para um serviço de comunicação público. Com recurso ao mais boçal dos humores, por lá passam personagens com dez anos que fumam, bebem alcool, são vítimas de pedofilia, pais que batem nas mães, armam arruaças, enfim o quadro mais triste que é possível imaginar. Ouçam para acreditarem. Pergunto: onde pára o Provedor?

domingo, 20 de maio de 2007

Campeão

E o FCP é campeão. Ao meu Benfica restou o terceiro lugar, sem qualquer título e Fernando Santos aonda diz que a época não foi negativa. Faria se fosse!

A voz do outro lado

«No sistema de saúde americano, explica Moore, não há intervenção do Estado e os doentes são um estorvo para empresas privadas, as seguradoras. Que tratam não de doentes mas da maximização dos lucros», relata hoje o Público. Em plena febre de encerramento de serviços públicos de saúde em Portugal vale a pena pensar nestas palavras, porque nos locais mais apetecíveis ao público segue-se o privado. E o privado só trata doentes se tiverem dinheiro ou se o Estado pagar. Habitualmente mais caro. Por outro lado, se até agora com os nossos impostos financiavamos o sistema nacional de saúde, a sua redução não deveria ser acompanhada de um redução dos impostos?

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Derrota

O Tribunal Constitucional anulou a data das eleições intercalares para a Câmara de Lisboa. Não deixa de ser a primeira derrota de António Costa que, à pressa, tentou capitalizar a pressa, quando se sabe que enquanto ministro, e ainda não candidato, poderia dar orientações ao governo civil de Lisboa nesse sentido. O tempo parece não correr a seu favor. Talvez fique agarrado a outro burro como aconteceu em Loures onde chegou a festejar a vitória que foi de Ferrari para outro candidato.

Ao contrário

Numa feira alentejana apareceu um ano um pavilhão com uma atracção que mereceu as atenções imediatas: anunciava um burro ao contrário. A expectativa na terra conheceu valores elevados, face à perspectiva de olhar para o jerico do outro lado que sempre era olhado na labuta do campo. Quando abriu, a procura foi máxima e depois de passar a cortina preta o truque, porque era disso que se tratava, era simples, o burro estava preso pelo rabo em vez da cabeça. E assim, o autor da ideia ganhou em toda a feira porque quem ía saíndo não falava de desilusão. Claro que estamos a falar de feiras que duram um dia, tanto quanto a próxima greve geral, da qual o governo tem medo, ainda mais porque está marcada para uma altura em que o desemprego atinge valores há muito não verificados e em vésperas de campanha para a Câmara de Lisboa. E desse modo, lembrou-se do truque da fiabilidade dos números para um processo que, apesar das atabalhoadas desculpas do secretário de Estado, não deixa de se constituir como uma tentativa de intimidação dos trabalhadores. Cabe perguntar: se um serviço estiver 100% ausente quem contabiliza e comunica os dados? A polícia? A leitura da decisão do Ministério das Finanças é um truque que nos quer fazer ver a situação ao contrário o que só demonstra o medo e a insegurança que o governo vive neste momento. E neste aspecto estamos a caminho de um clima policial. Já se ouve e já viu noutros lados.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

De costas

A participação de Saldanha Sanches como mandatário da candidatura de António Costa será para pagar o caro parecer que o douto fiscalista deu, ao pque parece em quatro páginas por 30.000 €, quanto à constitucionalidade da Lei das Finanças Locais? Sendo Costa eleito presidente também o Sanches, pelo mesmo preço, poderá dar outro douto parecer em sentido contrário? Vou esperar para ver!

150 mil

Todos estarão lembrados da promessa de criar 150 mil postos de trabalho na actual legislatura. O que Sócrates não disse é que o número de postos de trabalho que acabavam eram em número superior, razão pela qual, apesar do apregoado crescimento económico, o número de desemrpegados não cessa de crescer. O que me intriga é o facto dos bancos, inclusive o público, aumentarem, escandalosamente, os seus lucros e apontarem como estratégia a redução de postos de trabalho. É uma autêntica maldade, assim o homem-teimoso não consegue cumprir as suas metas.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Saúde está pior

Esta semana morreu mais um cidadão às portas de um Centro de Saúde. Em Vendas Novas. Os milagres de Correia de Campos continuam a fazer das suas.

Afinal

Confirma-se António Costa como o candidato socialista. Será interessante verificar a posição, nos próximos dias, do Bloco, no quadro de um desvio do «seu» independente para a esquerda. A candidatura socialista está a transformar-se num receptáculo de interessados em se aproximar do poder. Na verdade, a capital do País está semelhante ao País. Pouco há a fazer.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O perigo do fogo

No meio de tudo passou desapercebido em quase toda a comunicação social a publicação do Decreto-lei 55/2007 que altera por completo a atitude perante as áreas florestais ardidas. Não é muito grave, vem permitir tão só a construção quando se comprove o interesse público e os intervenientes não tenham qualquer relação com os fogos florestais. Teme-se o pior e que efectivamente se esteja a justificar pela via legal a morte definitiva das matas (prefiro este termo a floresta) portuguesas. É uma má notícia de Maio, precisamente quando se aproxima a época dos fogos florestais. Este tal interesse público pela construção é da lavra de António Costa, o putativo candidato socialista à Câmara de Lisboa. A notícia é ainda pior numa altura em que investigadores internacionais confirmam que o mais grave para as alterações climáticas são os abates sistemáticos das principais manchas florestais do planeta. Porque razão este assunto não é tema na comunicação social?

domingo, 13 de maio de 2007

Laico

Sendo o Estado português laico, porque razão as manifestações católicas em Fátima merecem tanto destaque nos órgãos de comunicação social públicos?

Esquerda/direita

«Faz hoje muito pouco sentido falar de esquerda e direita como se falava há 20 anos. Não porque as ideologias tenham desaparecido, mas porque a realidade é outra. Mas o debate não deve ser evitado para não se cair num 'centrão' sem rumo ou rotativista», diz JMF no Público de hoje. Há aqui uma mudança, porque tanto quanto me parece há poucos anos o mesmo JMF defendia que nem sequer fazia sentido falar de esquerda e direita por não existia e as ideologias eram qualquer coisa para lá do Muro de Berlim. Que medo tem JMF do 'centrão'? Sabendo das escassas diferenças dentro do 'centrão', PS e PSD algumas vezes e ambos com o CDS, para quem apela JMF para evitar o 'sem rumo' e o rotativista? Para o PP? Talvez!
De qualquer das formas a esquerda é maior do que a capacidade de JMF e não se resume a uma das partes do 'centrão', porque os socialistas, além de coligações governamentais com PSD e CDS, são responsáveis pela política dos últimos 30 anos, com um único rumo e em plena rotatividade de protagonistas que não de políticas.
Uma mudança ideológica é fundamental para alterar o rumo e dessa forma nunca fez tanto sentido falar de esquerda, por essência e caracterização ideológica e plural.

Campeonato decide-se na última

Sporting e Benfica ganharam, Porto empatou e nos três lugares ficou tudo igual, só que mais próximo. O campeonato decide-se na última a três, aspecto que há muito não se deve verificar. A situação poderia ser sinónimo de qualidade, mas não é. Refiro-me ao meu Benfica a quem é penoso o desenrolar dos jogos e a qualidade é qualquer coisa que tem umas rodas muito baixas e um autêntico martírio para os espectadores (era desolador o número de assistência no estádio do Bonfim). Para o ano pode ser melhor. Para o final desejo só que o meu clube ganhe (embora não acredite, porque era necessário uma vitória, uma derrota do Porto e um empate do Sporting), mas não sendo assim que vença o Sporting.
Saúdo o regresso do Leixões e Guimarães à I Liga, dois históricos.
Como sinal, o campeonato continua inclinado como o País: todos clubes no litoral e uma tendência a Norte.
O governo e a Câmara de Lisboa vão ter dez dias de descanso.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

De costas

Costa, Lopes, Roseta (esta melhor que os outros dois), pessoal que pensa na Câmara da capital como trampolim para outros voos. Mesmo considerando o putativo candidato que já foi presidente alguém conhece os seus projectos ou ideias para a cidade?

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Lucros

Enquanto este episódio decorre a CGD teve um lucro superior a 16% no primeiro trimestre. Estão a ver para onde vai o nosso dinheiro... A crise é só para alguns, para nem todos do sector público.

Lisboa

A Câmara de Lisboa caiu, com algum esforço. A situação deve ser bem pior que a relatada pelas declarações e notícias. No fundo, fica a sensação que ninguém, verdadeiramente, desejava estas eleições. Até porque, quem ganhar, vai recolher muitos prejuízos políticos nos próximos dois anos que levará a preparar o acto eleitoral seguinte. Do lado Alegre já surgiu Roseta para baralhar Sócrates. Se concorrer terá um lugar na vereação. Dos partidos ainda nada se sabe, estão mesmo a procurar a solução que cause menos danos, até porque as próximos autárquicas vão coincidir com legislativas e europeias. E qualquer opção pode ter influência nos resultados de todas. No campo socialista aposto em Vitorino.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Que tédio

Entediante, é o mínimo que se pode dizer do Pós e Contra da Campos Ferreira. Alías, um programa feito à sua medida: medíocre, monotono, encenado e aborrecido e repetitivo. Assim vai a televisão pública.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Encenação democrática

A direita e a esquerda no Prós e Contra, sem um dos principais representantes da esquerda, por sinal, o único que lidera uma coligação que aumentou a sua votação nas recentes eleições na Madeira. Vamos ver a encenação democrática liderada por Campos Ferreira e amanhã falamos. Também me questiono qual o papel do provedor do espectador perante a indecente «mão invisível» socialista na gestão da informação dita pública. Mera figura decorativa? Vamos ver até onde vai a decência.

domingo, 6 de maio de 2007

Pluralidade

A RTP, na encenação democrática do Pós e Contra, discute amanhã os «Choques de Valores» para o qual não convidaram nenhuma personalidade do PCP, partido que mais afirma valores diferentes da grande maioria reinante. Para o debate foram convidados os figurantes habituais, para que se verifique a inevitável homogeneidade de opiniões. Para o contraste, marca presença o inevitável Miguel Portas (só faltou mesmo o outro Portas). E porque não o dirigente do PNR que, eventualmente arrisco-me a dizer, será convidado para falar da plateia. Assim vai a nossa televisão pública.

Mau dia

Colocando de parte as apreciações sobre Alberto o Jardim, este foi um dia mau para o PS, com os resultados alcançados em eleições regionais. E isso foi visível nas declarações de Vitalino Canas e, saliente-se, na RTP. Afunda-se assim o serviço público e fica clara e demonstrada a influência socialista na televisão pública.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Lisboa

Carmona não quer sair, nem que o atirem pela borda fora. É mais um sinal de luta contra o fundamentalismo. Só ele e, eventualmente, alguns vereadores independentes e do PSD, não perceberam que não há mesmo outra saída. A capital continua sem rumo.

Tabaco e fundamentalismos

Crescem alguns sinais de fundamentalismo na nossa sociedade, de alguns olhares de lado para quem é diferente ou pretende não reagir como a maioria. A recente legislação sobre o tabaco é disso exemplo. Já fui mas não sou fumador. Não me incomoda partilhar o espaço com um fumador desde que o ambiente não esteja saturado. Como acontecia quando era fumador. Quando assim acontece saio. Não percebo porque razão os espaços comerciais não poderão optar por permitir fumadores e quem lá aceder já sabe o que pode receber. O cliente selecciona. Escolha para fumadores ou para não fumadores. Não é assim com o preço dos produtos? Não haveria assim mais liberdade?