terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O apelo ao défice

Os meus conhecimentos de economia são escassos. De qualquer forma parece-me que quando o FMI vem defender o aumento do défice orçamental público para superar a crise económica, significa que o público só é bom quando não dá tanto a ganhar ao privado.

Política como profissão

Um estudo recente colocou a «profissão» político como a menos qualificada para os portugueses. Na pergunta e na hipótese que o estudo quer demonstrar está o erro: a política é um exercício cívico e nunca deve ser uma profissão.

A cosmética da remodelação

O não remodelado Lino quando secretariou a decisão de optar por Alcochete, anunciado pelo Primeiro, afirmou que tanto esta última como a primeira pela OTA não eram decisões dele mas do governo. O mesmo se pode dizer dos ministros remodelados. Estavam a executar, mal, políticas do governo e não deles. Logo de todos os membros do governo e de todos os deputados socialistas que na Assembleia de República, incluindo Manuel Alegre e outros supostos críticos, têm imposto a maioria absoluta. Nesta remodelação sai derrotada a política deste governo e do PS. E o Homem-teimoso lá tem que engolir uns sapos que tanto defendeu. O problema é que esta cosmética serve para preparar as eleições presidenciais e não para alterar políticas. Em particular na saúde mesmo que haja algumas mudanças, maior diálogo, as alterações não serão profundas e o mal já está feito.

De que tem medo Soares

Com base na consulta do Público on-line dei com um excerto de opinião de Mário Soares publicado no DN, mais uma vez, tecendo críticas aos comunistas portugueses e ao PCP. Esta posição de Soares não é nova, esta cassete repete ele sucessivamente. Neste ponto, ocorre perguntar de que tem medo Mário Soares? De que o PCP deixe de existir? Nâo me parece. De que o PCP mude (ou evolua no sentido do centro político) e aumente a sua expressão eleitoral? Não creio. O que atormenta Mário Soares é o estado em que se encontra o seu PS e que a sua política e prática de direita (o que aliás não é novidade dos socialistas que sempre governaram à e com a direita, PSD e CDS, mesmo no tempo de Soares primeiro-ministro) leve muitos eleitores a preferir outras forças políticas de esquerda, particularmente o PCP, cujo crescimento não deixa de ser uma derrota para Mário Soares que sempre combateu os comunistas portugueses e há muitos anos vaticina o seu definhamento definitivo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Alcochete

O Homem-teimoso parece que mentiu ao Parlamento sobre o momento do conhecimento das conclusões do estudo. Isto a acreditar nas palavras do presidente do LNEC. Deste governo com falta de coluna dorsal já nada admira.

O petróleo em baixa

A crise está a reduzir a margem da especulação sobre o preço do petróleo. Nos últimos tempos caiu mais de 12% para entrega em Fevereiro. Será de esperar uma redução semelhante nos preços dos combustíveis. Ou não?

A economia em baixa

A situação económica mundial anda em baixa. Os efeitos, em Portugal e na Europa, são ainda imprevisíveis. Para uns mais do que outros. Para os mais desfavorecidos pouco se alterará, o pão cai sempre ao chão com a manteiga (que digo, a banha ou a margarina quanto muito) para baixo. Sobre a interpretação da economia mundial recomendo a visitação do Ladrões de bicicletas. Elucidativo.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Sociedade inventada

Será desconfiança minha ou ninguém vive no país e sociedade inventada por José Sócrates?

O apelo dos privados

O que se passa no BCP e na actual situação económica não serão sintoma das políticas defendidas pelos neoliberais? Afinal o mercado não regula tudo, nem os privados têm um funcionamento exemplar como se tornou evidente no maior banco privado português? Quando se faz política contra o serviço público é bom que atentemos no que se passa em Portugal e pelo Mundo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Borregada

Aqui há uns anos, não muitos, os discursos contra o PCP incidiam sempre na voz única, em todos obedecerem à voz do dono, da falta de diálogo e critica internas, da direcção impor o centralismo democrático para anular o pluralismo, e tudo o mais. Hoje já nem tanto, mas ainda um pouco nos comentários e nos supostos fazedores de opinião. Recordando este aspecto da política nacional, não deixa de parecer estranho a actual atitude dos socialistas (mesmo as vozes livres de antão e de há muito) de clara reverência perante o Homem-teimoso. O PS deve ser hoje o partido com meno crítica interna e externa. É uma autêntica borregada (prefiro este termo a carneirada por ser mais alentejano).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Compensações

O peso do litoral, particularmente dos votos, é determinante para as atitudes políticas. Sei que durante anos a possível construção do aeroporto na OTA impediu o desenvolvimento de projectos, mais privados que públicos. Agora vai haver imvestimentos públicos de compensação. Não se sabe bem o quê, nem com base em que plano. É só para calar o pessoal à beira de eleições. Queremos uma OTA para o Alentejo.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Regressão demográfica

A regressão demográfica que se assiste em Portugal é mais de que uma realidade estatística: já tenho mais familiares directos no cemitério do que fora dele.

Novo blog

O meu amigo tem um blog: mestrado-portugalislamico.blospot.com

Muito mal vai o Benfica

Ainda não vi quaisquer imagens do jogo do Benfica contra o Leixões. Muito mal vai o meu clube quando se discute golo mal anulado para justificar um empate caseiro frente a uma equipa com outro tipo de condições. Talvez os seus jogadores tenham mais dignidade.

sábado, 12 de janeiro de 2008

O Tratado de Lisboa e a Europa

«Os portugueses, europeus? - Riu-se com mansidão. - Nunca foram. Não o eram antes e não o são hoje. Quando conseguirem que Portugal se transforme sinceramente numa nação europeia o país deixará de existir. Repare: os portugueses construiram a sua identidade por oposição à Europa, ao Reino de Castela, e como estavam encurralados lançaram-se ao mar e vieram ter aqui (Goa), Fundaram o Brasil, colonizaram África. Ou seja, escolheram não ser europeus.». Um estranho em Goa, José Eduardo Agualusa. Estaremos, com o Tratado de Lisboa e as actuais políticas e orientações europeias que entram pela vida que levamos, nesta deriva definitiva? Estaremos a ser colonizados?

Novo aeroporto

O futuro aeroporto internacional de Lisboa ficará situado em Alcochete, num território do concelho de Montijo, assenta numa decisão política que vem revelar outros negócios. Já se sabia, mas agora fica mais claro a importância de algumas opções: Ferreira do Amaral, ministro das obras públicas social-democrata do tempo do primeiro ministro Cavaco Silva, decretou a exclusividade da Lusoponte nas travessias rodoviárias do Tejo até 2030. Só por mera coincidência, saiu do governo e está agora em presidente da empresa. Que terá de negociar milhões com o executivo de Sócrates. Competências. Tal como a de Vara no BCP com a retaguarda salvaguardada com uma licença sem vencimento da CGD. Até onde irá o descaramento?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Há coisas mesquinhas não há?

O presidente da Câmara de Évora congratulou-se rapidamente pela decisão de construção do aeroporto de Lisboa em Alcochete. Numa primeira leitura parece correcto. A leitura correcta é que esta opção dificulta a vida ao aeroporto de Beja que, assim, perde parte (senão todo) do sentido, pela óbvia concorrência directa de Alcochete. Ao contrário da opção OTA, em que Beja seria o melhor aeroporto a Sul. Daí a razão rápida do seu contentamento.

Especulações aeroportuárias

Os terrenos de Alcochete são públicos, daí que me interrogue: porque não se lembraram disto antes? Deixo também a questão: a quem pertencem os terrenos da opção OTA? Não é despeciendo, porque se houver compensações alguém pode ganhar sem fazer nada.

Alcochete

O governo decidiu-se por Alcochete, depois de ter afirmado a sete pés a opção OTA. Um dos argumentos é o preço. Fica mais barato. Fica? Quanto vai custar o programa de compensações para o Oeste? Será que não vão ser ultrapassados os custos da OTA?

Palavra política

Tem sido uma constante política do PS fazer campanhas à esquerda e governar à direita. Os factos estão aí e não se resumem exclusivamente ao mandato de Sócrates. Sempre foi assim. O que fica mais claro no actual governo não são as promessas eleitorais não cumpridas, é a falta de palavra para com decisões anteriormente assumidas. O Homem-Teimoso afinal não passa de um fantoche nas mãos do Presidente da República, dos líderes europeus e do poder económico. O resto é folclore.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Sim ao referendo

A ratificação do Tratado de Lisboa através do Parlamento passou a ser uma inevitabilidade política, através da conjugação de vontades de PS, PSD e Presidente da República. A atitude assumida por José Sócrates e o Governo durante a Presidência Europeia não fazia prever outro desfecho. Ninguém estraga a festa quando está a varrer a sala, o que aconteceria se fossemos para referendo. A promessa eleitoral e de programa governamental não passa disso mesmo, uma promessa que não apoquentará o percurso. Aliás, a maioria do eleitorado olha com a mesma indiferença a promessa como reagiria ao referendo, o qual teria uma inexpressiva votação. De qualquer das formas, todos os apoiantes desta posição, e particularmente os socialistas, estão a dar uma machadada final na palavra. Nada que já não acontecesse com outras questões estruturais de políticas nacionais.

Luto

O final da semana passada encheu-se, em Moura, de um sentimento de perda e uma clara certeza da passagem dos anos. Em dois dias, desapareceram amigos, pessoas que conhecemos de perto e outras que reverenciámos. A todas, umas mais que outras com certeza, se reconhece a sua participação na história comum que sabemos construir em Moura. António José Ramos, Urbano Acabado, João Francisco da Mouca (um dos meus primeiros companheiros de trabalho e que me ensinou a olhar, com respeito, pelo passado e que salvaguardou muito do passado de Moura que hoje faz presente) e Santiago Pascoalinho foram testemunhas e participantes no trajecto comum dos últimos anos. Dos anos de uma vida. Um pouco de saudade.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Para que quero os santos

Já percebo o propósito do Ministério da Educação em retirar o nome de santos às escolas espalhadas pelo País: é que são necessário para o Hospital de Todos os Santos que o Ministério da Saúde pretende erigir em Lisboa.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Morte ao tabaco

Deixei de fumar vai quase para 10 anos. Sei os benefícios de não fumar, até porque conheço perfeitamente os prejuízos de fumar. Não percebo a filosofia da actual legislação que entrou em vigor ontem. Sem qualquer tipo de comparação pretensiosa, as polícias vão passar a fiscalizar bares, restaurantes e discotecas para punir os fumadores ao mesmo tempo que se permite a entrada de drogas proibidas nas cadeias? Afirmo a liberdade de cada proprietário e cliente puderem entrar num espaço onde é permitido fumar. E de cada proprietário e cliente puderem decidir e escolher espaço onde seja proibido fumar. No primeiro caso, não se dispensam os sistemas de circulação de ar e os cuidados a manter com os trabalhadores, fora dos grandes centros populacionais, resumidos aos proprietários.

Será este ano?

Será este ano que se concluem casos pendentes na justiça portuguesa, os mediáticos e os outros que estão esquecidos entre pilhas de documentos? Será este ano que a comunicação social dedica mais tempo à vida e não à imagem da televisão? Será este ano que o meu Benfica volta a ser campeão? Será este ano que o privado que vive do público consegue subsistir sem acusar e abusar deste?

2008

Neste primeiro dia do ano, fica a sensação do dever cumprido em 2007. Foi um ano bom para os meus lados. Sem grandes sobressaltos e algumas apostas conseguidas. Também subsiste uma certa nostalgia, por algo (há sempre) que ficou por fazer ou realizar. São a incerteza e a incapacidade de realização que alimenta a vida. Só assim há sonho. De outra forma, com tudo confirmado, seria um enorme pesadelo.