O aniversário

O Bloco de Esquerda, assinalando os dez anos de existência, converteu-se definitivamente ao sistema comemorando a data com um jantar. É mesmo assim que fazem os irmãos mais velhos.

O Congresso socrático

Será que a sociedade inventada pelos socráticos amigos no congresso do PS terá resultados assinaláveis nos actos eleitorais próximos? É que as dificuldades, a crise e tudo o mais que aflige os portugueses deixou de existir, como uma leve fumaça na indiferença de quem criou o caldo necessário para tanta desgraça. A ver vamos a sorte deste PS que, de tanto mandar dizer os jornalistas e comentaristas do pretenso regresso à esquerda, batendo na esquerda desbragadamente só lhe restará para as suas políticas de direita um entendimento como o CDS/PP. Lá se vai o casamento...

É carnaval

O tempo portou-se bem (talvez S. Pedro tenha tido receio da PSP ou da Director Regional de Educação do Norte, deveria ser Direcção Regional do Norte da Educação porque a educação não deveria ter pontos cardeais,) e o carnaval fez-se. Não houve revelações sobre o caso Freeport, o Névoa teve um sentença ridícula por tentar corromper o Zé faz falta (por menos o Costa conseguiu calá-lo), o Teixeira veio dizer (como se acreditássemos e a ser assim a SIC e o Expresso, para lá de outros, vão mudar de agulha nas apreciações do Governo) que os dinheiros públicos não pagarão os desvarios do neoliberalismo no BPP e até Alegre se juntou à palhaçada aceitando o convite para a Comissão de Honra do Congresso do PS (o tal que é apelidado de albanês para entronização do «seu amigo» Sócrates). E o carnaval são só três dias.

Colarinho branco sujo

O caso Freeport, como o do BPN, como o BPP, como o Portucale já tem arguidos constituído. Temo que a responsabilidade toda recaia sobre sobre o macaco (na base da teoria de passar a repsonsabilidade para o macaco) ou, conseguindo alcançar alguns resultados, no porteiro ou telefonista de alguma entidade envolvida.Fotografia «emprestada» pelo http://5dias.net via o cachimbo de magrite.

Florival Candeias

Florival Candeias, pintor natural de Alvito, expõe em Moura, na Igreja de Santa Maria do Castelo, «O expandir da cor», trabalho ontem inaugurado e que pode ser visitado até 12 de Março, numa iniciativa da Câmara Municipal de Moura. Vale a pena apreciar os trabalhos deste autor, com um vasto número de participações em todo o País, como uma forma de afirmar a expressão e a educação. Também o notável trabalho desenvolvido na educação pela Cercibeja.

Carnaval em Moura

Senhor Procurador

Sem quaisquer alusões ao computador magalhães ou sequer ao senhor Primeiro-Ministro centenas de crianças saíram à rua na cidade de Moura para festejar o Carnaval.

A imagem é emprestada do dia de ontem

Textos que gosto

Manuel António Pina, hoje, no JN:

«O dérbi do ano

Explica Álvaro Magalhães em "História natural do futebol" (Assírio & Alvim, 2004) que a palavra "derby", aportuguesada para dérbi, tem origem num sangrento jogo medieval realizado anualmente em Derby, Inglaterra, no qual, durante um dia, 500 jogadores de cada uma das duas metades da cidade disputavam violentamente (a coisa acabava sempre com mortos e feridos) uma bola ao longo da povoação e campos vizinhos.
Foi aí que os jogos de futebol, habitualmente intensos, entre equipas rivais da mesma cidade ou região, como o Sporting-Benfica de amanhã, foram buscar o nome de dérbis. Se o Sporting-Benfica é o dérbi da semana, o do ano é o Freeport-BPN, disputado diariamente na Comunicação Social entre as duas metades do Bloco Central. O Freeport joga em casa, pelo menos até Outubro, o que é vantagem não negligenciável pois a arbitragem, nestes casos, tende a ser caseira. Só que ambas as formações têm defesas onde avultam os centrais mais altos do Estado e, posto que o jogo se disputa entre equipas A e B do mesmo respeitável clube de cavalheiros, o resultado mais provável será o português 0-0 do costume.»

Bom tempo para o carnaval

O calendário estabelece que a partir de 20 de Janeiro são admitidas brincadeiras e partidas de carnaval, pelo que se entende perfeitamente a brincadeira do Ministério Público de não querer sátiras sobre o magalhães que envolvam conteúdos menos próprios. A ser verdade, há algumas nuvens sobre o bom tempo.

O clássico dos clássicos

O Porto tem ganho quase tudo (e talvez este ano volte a ser campeão), mas o que lhe doi mais é que o clássico dos clássicos seja este do Sporting-Benfica.

Considerações tolas

1. Quando o preço do crude estava em alta, lá para os 150 dólares, servia de único argumento para o aumento dos combustíveis sem que soubessemos a cotação dos produtos refinados;

2. Como o preço do petróleo está em baixa, na casa dos 40 dólares, a razão para aumentar está na cotação dos refinados;

3. Não percebo a razão da GALP ter preços superiores aos dos outros operadores quando tem o monopólio da refinação e da distribuição;

4. Sendo a GALP controlada pelo Estado (leia-se governo), haveria razão, em momento de crise, para ignorar a cotação dos refinados e utilizar como referência o preço do crude e por consequência baixar e não aumentar os preços dos combustíveis;

5. Há razões para que a autoridade da concorrência, a direcção geral do consumidor (não parece, mas há uma) e, por maioria de razões, o governo actuarem nesta matéria e exercer alguma influência ou mesmo medida de controlo dos preços, pelos menos os da GALP, como medida de apoio às empresas e às famílias;

6. O Pinho em tempos disse que estaria atento, mas porventura estará ocupado em acções partidárias pelo País, como aconteceu recentemente em Aljustrel;

Digo eu

Pagar a tempo e horas: então Reguengos

«Ferreira do Zêzere, Moura, Paredes de Coura e Ponte da Barca viram recusados os apoios por apresentarem dívidas reduzidas e prazos médios de pagamento baixos.», do Público de hoje. Poderá ter os seus efeitos na expectativa imediata de satisfação de dívidas, mas não deixa de ser um reconhecimento da gestão da Câmara Municipal de Moura, muitas vezes contestada pela oposição local. O exemplo mencionado pelo PS é o vizinho município de Reguengos de Monsaraz que foi contemplado, logo tem dívida elevada e prazos médios de pagamento elevados. Ou não é?

Prós casamentos

Acompanhei ontem o final do pretenso debate (sem ofensa parecia mais uma peixeirada) do Prós e Contra sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ideia eleitoral que Sócrates descobriu para arregimentar a sua falange de apoio homossexual e dar um ar de moderno e de esquerda. O resultado final, parece-me, foi negativo e triste para todos os intervenientes, principalmente para o grupo que defende a matéria, acentuando o caminho final de esgotamento deste programa de simulacro de democracia e imparcialidade na televisão pública. O mais triste para mim foi ver o Miguel Vale de Almeida, com quem me cruzei nos tempos do ISCTE, pessoa que considero, apesar de ter afirmado recentemente: «Como é que um ser humano normal se sujeita a ir ao programa de Fátima Campos Ferreira?» Tão rápido se contradisse, passou a ser humano «anormal» e aceitou o convite. Há dias em que mais vale estar calado. Quanto ao resto, por mim pode vir o casamento entre pessoas do mesmo sexo a todo o momento, muito embora não perceba o «simbolismo» de querer partilhar uma experiência que nos anos da revolução de Abril as esquerdas consideravam ultrapassada e caduca. Mudam-se os tempos.

Jamais ...

O ministro japonês demitiu-se depois da péssima prestação televisiva numa conferência de imprensa em que apareceu sob os efeitos de uns comprimidos para a gripe e um copo de vinho. Nada demais, mas lá se foi. Alguém se recorda do célebre discurso de Alcochete jamais? Em Portugal toleramos melhor as constipações dos políticos.

Jerónimo

O PCP e Jerónimo de Sousa têm razão, desde a época pós Guterres que andamos a apertar o cinto, cortando nos salários e nas progressões, para agora se gastar o dinheiro apoiando aqueles que estiveram na origem da crise. Quando esta passar, porque vai passar, voltaremos ao mesmo, como o demonstram à evidência a moção que Sócrates vai levar ao congresso socialista. Ameniza as dificuldades e mantém o essencial da política seguida até agora. O pior para nós ainda está para vir.

A vitória albanesa de Sócrates

Tenho acompanhado alguns blogs referindo-se à votação da reeleição de Sócrates como uma vitória albanesa. A grande referência socialista era a Roménia de Ceasescu. E não a Albânia, muito menos a Coreia do Norte. Havia mesmo uma colónia de férias para dirigentes do PS. Não sei se Sócrates terá passado por lá, mas ficou com os trejeitos, como se vê pela quase unanimidade da eleição. Onde pára o debate no PS?

As explicações dos papagaios

«...o facto de o PSD estar aparentemente fora da luta pela vitória eleitoral também tem os seus efeitos colaterais negativos para os socialistas, visto que muitos eleitores de esquerda menos satisfeitos com o PS, dando por adquirida a derrota da direita, não se sentirão "obrigados" a votar PS, podendo antes abster-se ou sentir-se tentados para um voto de protesto no BE ou no PCP.» São engraçadas as explicações dos amantes das políticas de Sócrates, no caso Vital Moreira, as quais não estão erradas em algum ponto, tão só haverá «eleitores de esquerda menos satisfeitos com o PS. O problema é sempre do exterior e passada a crise, como disse Jerónimo de Sousa, voltaremos a apertar o cinto dos trabalhadores para recuperar os apoios que o Estado dá agora às empresas e aos bancos, como bons discípulos de controlo do défice público.

Free Loureiro

A cada dia que passa se percebe mais o quanto o chamado «sistema» político (envolvendo PS/PSD/CDS e actual Presidente da República) estão envolvidos nos chamados casos de «colarinho branco» (Freeport, Portucale, etc), porque só assim se entende a impunidade do passeio de Dias Loureiro e outros. Cavaco Silva nomeou-o e não o demite do Conselho de Estado, e cala-se que é ainda pior, e Sócrates, lembram-se, convidou-o para a apresentação da sua biografia. Tão amigos...

O ridiculo mata

O ministro das finanças manifestou-se escandalizado pelos elevados salários pagos pelas empresas aos seus administradores e garantiu mesmo que qualquer uma que seja apoiada pelo Estado deverá reduzir a folha salarial. Só agora o Teixeira deu por isso, quando no mínimo o actual Presidente da República já o disse há mais de um ano e o PCP de há muito que vem denunciando tal prática. Tendo ele passado pela CMVM já deveria saber disso uma vez que as empresas cotadas têm que o comunicar. Daí que não se perceba o espanto.

Grande Benfica

A importância do jogo Porto-Benfica vai muito para lá do resultado, falso, do «assoprador» de apito Proença, ao que dizem suposto sócio do glorioso. Deixemos para lá, porque tanto o treinador como os jogadores trataram bem do caso e as imagens televisivas são reveladoras da «intensidade» da falta do jogador benfiquista. O mais curioso do desafio foi, a dado momento, o locutor referir que o vendido Jesualdo estava a incentivar o público porque só se ouvia o grupo de apoiantes do Benfica (verdade, verdadinha, eu ouvi) que a PSP, acusa a direcção do clube, fez retardar a entrada no estádio. O Benfica é grande.

Freeport V

É impressão minha ou o caso Freeport está a desviar-se do essencial? Será que estes episódios das escutas eventuais do SIS aos magistrados envolvidos no processo não são uma forma para desviar a atenção dos aspectos centrais que continuam a envolver o primeiro-ministro? De acordo com as novas alterações legislativas, não dependem todas as polícias e serviços de informação do PM? Era importante, para bem da democracia, que não chegássemos às próximas eleições sem acusados ou o caso encerrado. Parece-me que não chegaremos lá.

Porto-Benfica

Espero que o meu Benfica não venha com a saca cheia. O jogo não é decisivo, mas quem ganhar dá um pulo suficiente para o resto do campeonato. Se for o Benfica ficará embalado, tanto mais que tem um calendário mais folgado, uma vez que está afastado de todas as outras competições, excepção feita à final de Taça da Liga. Se o Porto vencer, dificilmente deixará escapar a vantagem. O resto é história e o empate só serve ao Porto que irá receber o Sporting, a quem já ganhou, enquanto o Benfica tem que ir a Alvalade. Por tudo, força Benfica.

BE BÉBÉ

Na Convenção do Bloco de Esquerda uma das principais novidades do primeiro dia foi o afastamento de Joana Amaral Dias, uma dirigente que estabelecia as pontes para a esquerda do PS, por ter faltado muito às reuniões da mesa. Serão públicas as listas de presenças? A questão é colocada na imprensa ao jeito delicodoce, para não estragar muito a imagem dos rapazes. Imagino se acontecesse algo semelhante no PCP: seria o único motivo de destaque e de primeira página de qualquer conclave.

A cabala contra Sócrates

O Costa, o ainda presidente da Câmara de Lisboa, defendeu na Quadratura do Círculo a tese da cabala contra Sócrates, falando do caso com o actor, da universidade, dos projectos e do freeport. Os outros podem não ser verdade, mas alguém tem dúvidas quanto à forma de obtenção da licenciatura? Nem tudo será cabala? Não é?

Depois admiram-se

O ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, sustentou hoje que “o Estado não gastou nem envolveu dinheiro dos contribuintes” no BPN e no BPP, sublinhando que não se deve confundir as intervenções do Estado no banco com “operações de crédito e empréstimo”. Então onde foram buscar o dinheiro. Depois admiram-se do pessoal andar confuso com casos semelhantes ao Freeport.

Compre o que é nosso

Obama está a demonstrar uma verdadeira tendência para utilizar recursos portugueses. Primeiro foi na escolha do cão, fala-se também num assessor e o seu plano aponta uma linha estratégica de privilégio à produção dos USA (numa demonstração clara de negação da globalização) que o Canada e a União Europeia acusam de proteccionismo descarado, nada que em Portugal há muito não se faça como prova a fotografia

Momentos

Há momentos de outros tantos que te tão simples se tornam importantes e determinantes nos relacionamentos que mantemos. A colocação de cada gesto, a utilização de cada palavra, a atenção dos pormenores, aquela paciência que nos torna mais afáveis preenchem muitos momentos de convívio, mesmo que de um só se trate. É longo este caminho.

14 anos

Começaram hoje 14 anos de um percurso intenso. Parabéns. Por vezes, pensava, não ter jeito para estas coisas, mas tem sido mais fácil, graças, e essencialmente, à colaboração de todos. Dizer o quanto tenho aprendido contigo é pouco para todos estes anos em que foi possível ir conhecendo-te. Obrigado.