sábado, 31 de dezembro de 2011

No fim de 2011

"Depois de um primeiro mandato que se distinguiu pela patriótica ambição de ganhar um segundo, no fim Cavaco lá ganhou. Entretanto, para não perder um voto, evitou prevenir o país do estado em que de facto estava e da catástrofe que lhe preparavam. Continua a ser o que sempre foi: um discípulo menor de Marcelo Caetano, com uma vaguíssima inclinação social-democrata. Num aperto, não se pode contar com ele.", Vasco Pulido Valente no Público de hoje. O cronista é, aliás, das poucas razões para comprar o jornal, a par com Miguel Esteves Cardoso, Luís Afonso Rui Cardoso Martins e os trabalhos de alguns, poucos, jornalistas, como seja Alexandra Prado Coelho.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Nova lei do arrendamento

Quando ouço e leio Assunção Cristas anunciar só virtudes para a nova lei do arrendamento, em especial quando fala nas possibilidades que se abrem às famílias mais novas, com mais oferta a preços mais baixos por via da liberalização, recordo logo dos mesmos argumentos utilizados para a liberalização dos preço dos combustíveis e a partir daí foi sempre a subir.

Os grandes amigos chineses

De um momento para o outro, o regime chinês ficou isento de críticas. Bastou para tanto que a República Popular da China ficasse cheia de dinheiro e começasse a comprar tudo e todos. Até consciências.

Cavaco não respeita a Consituição

O Presidente da República ao promulgar o orçamento de estado sem recurso ao Tribunal Constitucional depois das dúvidas, poderíamos dizer certezas, que avançou quanto a algumas medidas, entrou claramente em violação da Constituição que jurou cumprir. É mais um descrédito para os políticos de direita e um passo de dança nas supostas divergências em relação ás políticas que o governo desenvolve. Na mensagem de ano novo irá limpar a sua consciência.

O charme discreto da censura

O Público publica hoje o habitual balanço do ano. No que toca ao universo nacional, não há uma única referência ao PCP. Fala-se de todos os outros partidos, até de Nobre, Vítor Constâncio e de António Borges. Nem um referência, por mais pequena, ao universo dos comunistas, como se não existissem. Esta é, sem dúvida, uma forma de censura.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Obras em Grândola duram, duram ...

As obras em Grândola, promovidas pela Câmara Municipal, as poucas e algumas meritórias, como a que é reportada nas fotos conhecida como entrada noroeste, são como certa marca de pilhas, duram, duram ... arrastam-se mesmo, sendo de salientar o pouco cuidado com a segurança, obrigando os peões a circular pela via, a principal saída da vila na ligação a Setúbal e Lisboa.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O luxo da crise

É certo e sabido que o dinheiro não desaparece, existe e ou tem uma distribuição por toda a comunidade ou se concentra em poucas mãos. A crise que nos assola todos os dias está a permitir que alguns, poucos, aumentem o seu já largo pecúlio. Razão disso são os destinos de luxo da passagem do ano que tiveram mais procura e outro sinal poderá ser o elevado número de carros topo de gama com que hoje me cruzei na baixa de Lisboa.

A liberdade está na possibilidade de escolha

«Depois de Chella morrer, mudaram-no para o canto dela, o canto que Kuttappen imaginava ser o canto da casa que a Mortereservara para administrar as suas tarefas mortíferas. Um canto para cozinhar, outro para a roupa, outro para os colchões, outro para morrer.

Perguntava-se quanto tempo demoraria a sua e o que é que as pessoas com mais cantos fariam com o resto dos cantos. Será que podiam escolher o canto onde morrer?» in O Deus das Pequenas Coisas de Arundhati Roy. Este romance reportado à Índia é um excelente relato das grandes diferenças sociais que afligem aquele país, algo que em Portugal e na Europa está actualmente a ressurgir intensamente. O excerto que escolhi aborda uma questão central e fundamental na construção da cidadania que só é possível quando tivermos possibilidade de escolha. Aí atingimos a liberdade. Em Portugal cada dia que passa menos possível.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Éric Toussaint no Público

Uma entrevista de Éric Toussaint ao Público para ler com toda a atenção, especialmente porque é uma voz diferente na análise e soluções para a falada crise da Europa.

domingo, 25 de dezembro de 2011

O dia de Natal

Na infância, se havia prendas, eram abertas na manhã de 25, depois de uma noite intensa de grande ansiedade na esperança que ao acordar alguém, não havia pai natal metido na história, se tivesse lembrado de nós. Nem sempre houve e a noite de consoada muitas vezes se resumiu à deslocação a casa de um familiar próximo, com um repasto ligeiramente, muito ligeiramente, melhorado e um regresso frio, densamente frio, a casa. Talvez por isso, gosto do silêncio das manhãs de 25, quando tudo ainda dorme e a casa respira o cheiro a lareira e aos restos da noite devidamente arrumados para que cada um se sirva à medida que acorda. E do almoço que se segue, habitualmente com a parte da família com quem não passámos a noite.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Helen Merrill - Don't Explain

Uma história neste natal

É difícil para todos nós, e com a redução da capacidade financeira das famílias talvez não, imaginar a nossa vida, o nosso mundo, por vezes fechado numa caixa demasiado estreita, circunscrita aquilo que conhecemos, nem sempre o pacote que a televisão transmite, sem telefone, sem telemóvel. Há exemplos de quem ainda não cedeu a essa nova tecnologia. O episódio é desta tarde, em Moura, sob um fortíssimo nevoeiro, em parte da responsabilidade da albufeira da barragem de Alqueva, numa loja, de muitos anos, de produtos de qualidade, onde vou com a irregularidade que não aprecio. Num dado momento, das quatro pessoas no estabelecimento, três falavam ao telemóvel. No final, o proprietário avançou, sabes porque não eram quatro? porque eu não tenho, nem nunca tive. não consigo falar ao telefone, qualquer que seja, em vez de falar grito e não tenho paciência. prefiro falar com as pessoas olhos nos olhos, para sentir o seu cheiro e ver os seus trejeitos. És a primeira pessoa que conheço sem telemóvel, disse, mas tem razão quando à necessidade de nos encontrármos e partilharmos afectos, e cada vez fazemos menos isso e falamos mais pelo telefone e pela internet. O tempo é cada vez mais curto para ganharmos tempo no convívio. E precisávamos de tempo para isso.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O diálogo do Álvaro

Álvaro Santos Pereira mantém o apelo ao diálogo e à concertação desde que todos concordem com as propostas que consideram serem únicas. Para os patrões haverá uma folga, para os trabalhadores menos salário, mais horas, menos apoios. Assim vai este país.

Árvore da partilha

Boas festas

Dias curtos e dias longos

O Santiago publicou sobre o dia mais curto e eu só me apetece dizer, com saudades do calor e de ouvir coisas boas, que hoje é o primeiro dos dias longos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mais fácil despedir ou mais fácil contratar?

Ainda não consegui perceber a lógica política e técnica de defender que a facilidade dos despedimentos pode contribuir para a criação de emprego?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Recolha de alimentos em Matosinhos

A grande cultura católica imposta em Portugal, e também os cerca de 50 anos de fascismo, leva a que se aceite como legítimo e normal a promoção da caridade, sempre alivia consciências, como acontece com esta iniciativa promovida pela Junta de Freguesia de Matosinhos, liderada por um socialista, que consistiu num desfile de ricos, montados em antigos donas elviras, cavalos e outros luxos para o pagode ver, para que cada um entregasse meia dúzia de alimentos, mesmo que a recolha total tenha chegado à tonelada. Qualquer acelaradela custa mais que os dois pacotes de arroz e farinha que depositaram na rotunda da anémona. Triste país, este.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Cesária Évora - Saudade

Não conheço Cabo Verde, tenho pena, e imagino que haverá melhores cantores que Cesária Évora, mas destas ilhas do atlântico, antiga colónia portuguesa, é uma das vozes exemplares a par dos antigos Tubarões, primeir grupo que me deu a conhecer a música daquelas paragens.



O senhor 100 milhões

É certo que o Benfica tem mais um jogo realizado, mas Hulk tem tantos golos como Nolito que não tem jogado mais de metade do tempo decorrido do campeonato. E tem menos que Cardozo. Os números valem o que valem.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Nem toda a ameixa dá para doce

Isto não é oportunidade é oportunismo político que nem sempre tem os resultados que se espera alcançar com a jogada.

Adenda: e aqui está uma resposta com classe.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Em Grândola há ideias bizarras ...

... como esta da Câmara Municipal, atormentada que deve estar com a quebra nas receitas e que implica fortes medidas de contenção. O que é bizarro é fazer um concurso entre os trabalhadores, com prémios em compras numa grande superfície comercial, ao mesmo tempo que se inscreve em plano de actividades mais de um milhão de euros numa acção de promoção. Claro e demonstrativo de um modelo de gestão.




sábado, 10 de dezembro de 2011

Grande baile do Barcelona

O Barcelona provou perante o Real Madrid que é a melhor equipa do mundo e a esta hora Mourinho deve estar muito enjoado tamanho foi o baile, particularmente na segunda parte.

Inscrições históricas

Distribuidor de fel

Podem haver razões com que eu concordo para detestar o homem ou lhe apontar contradições, mas continuo a gostar das crónicas de Vasco Pulido Valente.

Passos Coelho transpira confiança

O resultado da cimeira europeia foi tão consistente como podemos verificar pelas palavras de Passos Coelho que todo ele transpira confiança.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Supressão do serviço regional da CP na linha do Sul

A CP vai suprimir a partir de segunda-feira o serviço regional da Linha do Sul o que, entre outras, limitará o acesso do litoral alentejano a Setúbal, ao seu pólo universitário, ao hospital e demais serviços, porque o Alfa Pendular, não tem paragem na região, e o Intercidades, com uma paragem em Grândola deixando Alcácer do Sal para trás, não tem horários compatíveis. Pelos lados de Grândola, estranha-se o profundo silêncio da Câmara sobre uma medida que penaliza gravemente a população.




Adenda: Afinal vai ser mais difícil porque Setúbal vai sair do percurso do Intercidades, o que quer dizer que o litoral alentejano fica sem ligações ferroviárias à capital de distrito. Percebe-se cada vez menos o silêncio.





Quando não se pode jogar a Liga dos Campeões ...

... Vítor Pereira contenta-se que o FC Porto jogue para a Liga Europa. Que remédio.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A arbitragem de Jorge Sousa

Depois da triste e desastrosa arbitragem de Jorge Sousa no Ajax-Real Madrid, fico preocupado com o seu desempenho no próximo sábado no Marítimo-Benfica.

Gérard Castello-Lopes no BES

Aparições, exposição de 153 fotografias da Gérard Castello-Lopes (1925/2011) com curadoria de Jorge Calado, está patente ao público até 12 de Janeiro, de segunda a sexta, nas instalações do BES Arte e Finança, ao Marquês de Pombal, em Lisboa. Uma visita recomendada para apreciar a obra deste grande fotógrafo português, falecido este ano.

O ministro das polícias anda eufórico

A democracia tem destas coisas e para Miguel Macedo o melhor era suspendê-la, não por seis meses, como defendeu a sua companheira de partido Manuela Ferreira Leite, mas para sempre, quem sabe por mais 50 anos.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Conselho europeu

O Conselho Europeu, que se diz decisivo para o euro, realiza-se amanhã e sexta-feira. Antes, há uma reunião do Partido Popular Europeu, em Marselha, na qual vão participar Passos Coelho e Paulo Portas. Esta deslocação para uma reunião partidária estará incluída na oficial?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Para que servem os nossos impostos?

A educação é cada vez mais paga, a saúde também, os apoios sociais são cada vez menos, pelo que me interrogo para que servem os nossos impostos que aumentam todos os dias?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Grândola: não há fartura que não dê em fome

Horário nobre na TV

Porque razão é que estes debates e estas questões nunca passam em horário nobre nos canais abertos da televisão? Assim se perceberia o craque que é o ministro da economia, o álvaro, e também o seu secretário de estado. Nódoas.

A diferença entre Portugal e Itália

Enquanto em Itália se procura responder com alguma grandeza e humanidade, muito embora o sentido das medidas vá na mesma direcção, às medidas de austeridade que sucessivamente se anunciam até que os lobos mercados estejam saciados, por cá afirma-se a pequenez com laivos de autoritarismo.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Joaquim Pais de Brito na Pública

Joaquim Pais de Brito, director do Museu de Etnologia, é entrevistado na Pública por Anabela Mota Ribeiro:

"Não acho que sejamos um povo alegre. Acho que somos um povo que não chegou a descobrir-se completamente. Não nos encontrámos ainda. Há uma dimensão de incompletude em nós. Estamos agarrados a coisas do passado de que não gostamos totalmente, mesmo que lá encontremos elementos de autocomplacência, eventualmente de heroicidade. Vivemos como se não nos conseguíssemos completar."

"Se nos separamos do solo, do chão, não nos percebemos mais. Perdemo-nos."

Miguel Relvas vaiado por autarcas

O ministro Miguel Relvas foi vaiado, e bem, no congresso da associação nacional de freguesias, tendo a maioria dos autarcas abandonado a sala, protestando contra a sua proposta de documento verde para o poder local. Tivesse isto acontecido na anterior legislatura e o que não diriam os blogs actuais do regime? Na actualidade, nem uma palavra sai. Posição de assessor obriga ao silêncio.

Uma boa semana de trabalho

Degradação urbana a olhos vistos em Grândola

Sei que o dinheiro agora escasseia e as actividades afinal já não são feitas a custo zero como quando as receitas municipais eram de valor elevado, mas se não há verba para renovar as flores ao menos retirem a estrutura, porque o que fica é a imagem de degradação urbana, actualmente a espalhar-se por vários cantos da vila.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Lixo na estrada

O contentor está (pelo menos até ontem) como se vê na imagem há mais de um mês, junto ao IP 8, no concelho de Ferreira do Alentejo, entre Santa Margarida do Sado e Figueira dos Cavaleiros, como testemunho das obras paradas da auto-estrada.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O neoliberalismo no domínio social

O princípio do utilizador pagador está a dominar os serviços públicos na exacta medida em que pagamos cada vez mais impostos para que tivéssemos serviços públicos. Por princípio, os nossos impostos deveriam servir para assegurar o serviço público, certo? Não em Portugal. O que não esperava é que o conceito neoliberal chegasse tão rapidamente à segurança social que obrigassem as instituições de solidariedade social a tratarem, por exemplo, as crianças de creche por clientes em vez de utentes. Foi com grande espanto que na inspecção do meu veículo o centro me tratou por utente em vez de cliente. Algo me aparece ao contrário.

Benfica afastado da taça

Só vi a primeira parte, mas se o Paulo Batista não tem inventado aquele penalty o Benfica tinha perdido 2-0.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Presidente da República tem a palavra

O Presidente da República, aprovado o orçamento de estado, tem a palavra para confirmar a coerência das suas posições com as palavras proferidas antes.

Passos a prazo

Quanto mais ouço as declarações políticas de Passos Coelho mais fico convencido do que me afirmou um amigo de que em breve seria substituído pelo mariconço, a expressão é minha, em jogada semelhante às ocorridas em Itália e Grécia. A ver vamos.

Passos anda pouco crente

Passos Coelho no mesmo dia em que fez o parlamento aprovar um orçamento de estado que vai originar o maior declínio económico e social do país, vai a uma televisão dizer que a consequência será mais austeridade, como única solução para aquilo que assim não terá nunca solução. Quando o leio só me faz lembrar o parolo que querendo comer a única maçã optou por cortar a árvore.

Quotidianos

Carpe diem

Aproveite este dia, porque para o ano já não será feriado por decisão do governo, em que eventualmente votou, que assim quer entregar mais um dia de borla ao patronato.