O.M.F.
Eu te saúdo, ó fenda vermelhinha
que luzes entre os flancos vivamente;
eu te saúdo, ó poço tão contente
que à minha vida trazes tanta dita.
Por tua causa em mim não mais se agita
o arqueiro, nem seu voo me atormente;
tive-te quatro noites tão somente
e a força dele em mimm se debilita.
Ó buraco mimoso, ó buraquinho,
furo travesso em buço encrespadinho
que os mais rebeldes domas aos magotes,
os galantes deviam, para honrar-te,
bem de joelhos vir para adorar-te
a empunhar bem acesos os archotes.
Pierre de Ronsard in Alguns Amores de Ronsard, Vasco Graça Moura
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