... a ser investigado no âmbito do processo Monte Branco, diz a PGR, tal como disse há um ano Ricardo Salgado também não estava e agora acaba acusado. Esperam-se novidades para breve.
quarta-feira, 30 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
Querem enganar os portugueses?
Fico com a ideia que o BES, o Governo, o Banco de Portugal e o homem de serviço ao governo na Presidência da República não contam tudo o que se está a passar no banco e a fava ainda vai calhar a todos nós. Mais uma vez. A ver vamos.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Porque se instalou na cidade o silêncio
JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 20 de julho de 2014
As mãos de Israel estão manchadas de sangue
Poderá haver algum exagero nas palavras de Erdogan, primeiro-ministro da Turquia. Certa é a cumplicidade da comunidade internacional perante os sucessivos ataques e assassínios de Israel na Palestina, particularmente crianças, e o claro apoio dos Estados Unidos da América. Obama disse, no começo do seu primeiro mandato, que se ia empenhar numa solução que, até agora, está esquecida por baixo de milhares de mortos.
sábado, 19 de julho de 2014
Aeroporto em Beja
Esta opção do governo representa o fim de linha para um aeroporto em Beja, o afirmar da concentração e o abandono de políticas de desenvolvimento do interior.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Israel mata na Palestina
Há conflitos e mortos que merecem o repúdio e a oposição, mesmo até a intervenção, da comunidade internacional. A actuação de Israel tem a solidariedade da comunidade e dos organismos internacionais. Há mortos que valem menos que outros.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Messi diz que não lhe interessa ...
... a bola de ouro e ainda bem, porque não é merecida. Na sua equipa, Macherano, e Robben, da Holanda, para além de James Rodriguez, da Colômbia, seriam sim justos vencedores.
sábado, 12 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Final do Mundial
Vou claramente torcer pela Argentina. Até porque na selecção alemã não há nenhum jogador do Benfica.
Zeinal Bava de nada sabia
É típico dos «bons gestores»: se os resultados são bons os louros são todos dele; se o negócio dá para o torto ele nada sabia. Espectáculo. E agora qual é o prémio: de latão, mentiroso ou incompetente (sim porque é impossível uma decisão destas ser tomada sem o conhecimento da administração)?
segunda-feira, 7 de julho de 2014
A banca que nos ameaça
Os portugueses, uma imensa maioria mais que outros,já conheceram a triste e amarga experiência dos resultados que dá colocar homens de Cavaco a gerir bancos, caso BPN. Esperemos que não resultem mais encargos para o Estado destas opções para o BES que depois sejamos chamados a pagar.
domingo, 6 de julho de 2014
sexta-feira, 4 de julho de 2014
O país fica para depois
Ouvi hoje na Antena Um parte da entrevista de Eduardo Ferro Rodrigues, apoiante de António Costa, em que este dizia mais ou menos isto: o País precisa de um novo governo e de eleições, mas neste momento não podem acontecer dada a situação do PS. O que quer dizer que os problemas de Portugal, da política deste governo, o problema de cada um dos cidadãos podem esperar que os socialistas resolvam as suas lutas internas. O importante não são as pessoas, o País, mas sim o poder.
João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
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