Neste percurso em deriva para o Inverno, com noites longas e dias curtos, e até ao abrir da Primavera, no surgir dos dias grandes, fechando Outubro, recomendo vivamente as opiniões diárias de Manuel António Pina, no Jornal de Notícias. Um dos melhores olhares nacionais sobre o País e o Mundo. Leiam que vale a pena.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Moura e Serpa
É comum em Moura (já ouvi dizer o contrário em Serpa, ao estilo a galinha da vizinha é melhor que a minha) fazer-se comparação com Serpa, pautando o discurso por um claro desamor em relação à primeira que em pouco, muito pouco, poderá ser ultrapassada pela outra. Veja-se agora o caso dos rankings das escolas: a Escola Secundária/3 de Moura subiu do lugar 385 para o 327 da lista, enquanto a Escola Secundária/3 de Serpa baixou do 378 para o 474. Estes números não dizem tudo, mas é um estímulo para aumentar o orgulho no concelho, na sua comunidade educativa e só se espera que o esforço de garantir uma melhor qualidade de ensino, que não se traduz necessariamente só nas notas alcançadas em exame, seja sustentado e prossiga nos anos seguintes. É aqui que se sedimenta o nosso desenvolvimento. Deixar expresso o forte desejo que a escola de Serpa e todas as outras do Alentejo consiga subir a sua qualidade de ensino e que o governo aposte seriamente numa escola condigna e digna para toda a comunidade. Os males dos outros em nada ajudam a resolver os nossos problemas.
O Magalhães
Ao mesmo tempo que José Sócrates foi vender o computador Magalhães, como em qualquer camioneta de feira ou de rua com um altifalante rouquenho, dando uma triste figura tecnológica do país, Zapatero anunciou previamente que iria à cimeira iberoamericana garantir o apoio dos restantes países para se sentar á mesa com o G8. A diferença é substancial.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
O telefonema de Sócrates
O PSD, umas vezes calado outras a falar de mais, quer ouvir, como se não estivesse já cansado depois do fim-de-semana de entrevistas, o primeiro-ministro Sócrates sobre alegados telefonemas para o director de um jornal sobre uma notícia acerca do financiamento dos partidos que a proposta de Orçamento de Estado vinha alterar. Queriam que o homem fizesse o quê, quando os elementos do seu governo o enganaram nos seus princípios ideológicos. Ripostou e acusou o jornalista de estar a denegrir a imagem do governo, tanto que a seguir lhes telefonou a dizer que tinham razão na notícia publicada e que o erro era do governo. Simples, não?
Empresários
O nosso empresário Belmiro de Azevedo defende que o IRC (o imposto sobre os lucros das empresas) deveria ser reduzido porque assim o governo estaria a estimular o investimento, sem ter preocupações ou medo (cá voltamos ao mesmo) de ser acusado de estar a beneficiar os donos das empresas porque essa redução iria servir para criar emprego. O homem fala como se o dito IRC comesse todo o lucro e não só uma parte que não chega a um terço do total alcançado e serve assim como uma forma, tímida, de distribuição da riqueza acumulada. Por outro lado, qualquer investimento que as empresas entendam fazer, para lá de poderem beneficiar do apoio do Estado e comunitário, entram para as contas e permitem reduzir o lucro, não se percebendo portanto a necessidade da redução do IRC. Mais, tanto quanto me parece não vejo nenhum trabalhador do universo Belmiro beneficiar directamente dos lucros das empresas. O que ouço falar é do seu acumular de riqueza pessoal ao mesmo tempo que cresce a precariedade nas suas empresas. E o resto são cantigas para adormecer o pagode.
É de Rocha
Um tal de Rocha de Matos, representante de parte dos patrões portugueses, participou nas Caraíbas na chamada cimeira iberoamericana do patronato, salientando a necessidade de intervenção do Estado para ajudar as empresas a ultrapassar esta crise, mas (há sempre um mas) sem quaisquer tentações nacionalizadores, facto que o não deixa muito sossegado pelas tentações políticas de alguns dirigentes. Ouvido isto pensei, não está a falar do nosso Sócrates porque esse moço não terá tentações nacionalizadoras (aliás o decreto governamental dos 20 mil milhões disponibilizados aos bancos, ainda não regulamentado e já com interessados na banca foi elogiado pelo Rocha), talvez esteja preocupado com o amigo, do Sócrates, Chavez. Não, o Rocha não concorda com o Gordon Brown, primeiro-ministro britânico, que caucionou a intervenção estatal na banca à necessária intervenção estatal ou seja o público paga mas tem uma palavra a dizer daí para frente. Pelas terras de sua majestade o sentido público parece fazer algum sentido e os recursos de todos não servem para pasto de uns quantos privados que quando ganham não querem que o Estado meta a mão. Só a querem quando estão a ganhar menos, porque a perder, parece-me, nunca estão. Segundo o Rocha, a intervenção do governo britânico deixou muita gente com medo (sic). Muita gente? Quem? Rocha, não serão só meia dúzia de empresários em Portugal que terão medo de uma medida destas?
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A crise
Desconheço, como é natural, o resultado final, mas deixa-me algum contentamento os recentes resultados do FC Porto. Já era tempo de terem também uma crise.
Quem é o Bento?
Apareceu hoje por cá um tal de Vitor Bento a criticar os aumentos anunciados pelo governo para o salário mínimo nacional e para a Função Pública, em total sintonia, aliás, com a presidente do PSD. É de certeza desconhecimento meu, mas alguém me consegue dizer quem é semelhante personalidade, o que já fez, para quem trabalha, quem representa, quanto ganha e quanto já fez para o merecer? E porque razão as suas opiniões deverão ser levadas em linha de conta, já agora?
Começa...
Já começa o dia a ficar triste. Com a mudança de horário, entramos na longa noite do Outono e do Inverno, mesmo que as temperaturas sejam de Verão. É o tempo, dizem, de interiorizar. Direi de perder a alegria dos dias de sol, dos dias longos, das noites quentes. Da esperança de em Março tudo voltar.
domingo, 26 de outubro de 2008
A entrevista de Sócrates
Da entrevista de Sócrates deste fim-de-semana ao DN destaco duas questões: a convicção do primeiro-ministro que o PS não atingirá a maioria absoluta, razão que o leva a dizer que não fará chantagem com o eleitorado; e a decisão acertada de não fazer coincidir as eleições legislativas com as autárquicas, ideia espatafúrdia em tempos defendida por alguns dirigentes socialistas e pelo ex-líder social-democrata, o tal Menezes.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Caminho para onde nos esperam
«Estou à espera de me ir embora» é frase comum em qualquer alentejano, pelo menos daqueles já com alguns anos de percurso, e que traduz um pouco da nossa maneira de abordar o quotidiano e a própria vida. Na verdade, há um caminho a fazer que não se compadece com o ficar à espera ou sequer esperar que termine. Natural é que a seguir a um apareça outro e outro, sem que seja possível caminhar para sítio nenhum. Até porque, na essência que nos forma, quem faz os sítios, e os caminhos mesmo que estejamos à espera de partir, somos nós.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
O rídiculo mata
Algumas afirmações confudem-me, como por exemplo as do nosso primeiro-ministro quando afirmam a necessidade do rigor e da qualidade, tomando como comparação o seu percurso académico e de actividade privada como engenheiro, e do ministro Lino quando defende a necessidade de coerência (resposta a MFL), ele precisamente que, entre outras, já defendeu o novo aeroporto pelo menos em dois locais.
Os empregos e o preço dos bens
A crise internacional (que não chega a todos os países) não é de hoje. Há mais de um ano o ministro Pinho afirmou que tinha acabado. Há muito que o governo dispõe de elementos que poderiam confirmar e tem ajudado a esconder. Pactuou com o aumento dos combustíveis, sem quaisquer cuidados em relação às empresas e o cidadão comum, não tem olhado devidamente para a evolução das descidas, mas mais, quando em Julho alguns bens essenciais aumentaram para acompanhar o preço do petróleo nos mercados internacionais todos compreenderam e justificaram. O que não se compreende é que agora não desçam precisamente a acompanhar a descida que se verifica. Aqui deveria intervir o governo através da autoridade da concorrência e dos serviços oficiais de defesa do consumidor. Parece que existe uma direcção-geral da dita.
domingo, 19 de outubro de 2008
Ainda..
A rapidez da promulgação pelo Presidente da República do diploma das garantias de 20 mil milhões de euros para a banca deixam alguém descansado sobre a situação em Portugal? Parece-me que não, ainda mais porque todos os responsáveis governamentais e financeiros (veja-se o ridículo último programa da Campos Ferreira) o pretendem afirmar com muita força e pouco ânimo. O pior pode estar para vir. Sobre este assunto leia-se http://ladroesdebicicletas.blospot.com/.
Nuvens negras
As nuvens negras permanecem, mais do que sobre a economia mundial, no dia a dia de cada um. Todos nós temos hoje menos meios, temos perdido poder de compra (e este aspecto não se deve à crise, mas sim à política do governo que tem apostado em salários baixos) e capacidade para mantermos uma vida condigna. Na verdade, vivemos pior e a crise financeira mundial não justifica tudo, como me parece óbvio. Aliás, é algo estranho que aqueles que em Portugal têm partilhado o poder (PS, PSD e CDS-PP) tenham hoje uma postura de indignação quando são fortes defensores e protagonistas das políticas que conduziram a esta situação. Sempre se mostraram e optaram por uma redução do papel do Estado que hoje defendem dever intervir para salvar o Mundo (será?) dos desvarios em que participaram no livre mercado financeiro (o ministro das finanças, Teixeira dos Santos, não foi o responsável da CMVM?). Porque razão nunca houve um eficaz sistema de redução da pobreza e da fome que motivasse, por exemplo, a disponibilização de 20 mil milhões de euros? Porque razão o BCE optou por controlar a inflação, subindo a taxa directora que fez crescer a euribor com efeitos nos empréstimos de todos? Muitos perguntas que ainda não obtiveram resposta e que o futuro não nos garantem que, com os actuais protagonistas, não volte a ser igual ao presente que vivemos.
50 anos da Secundária
De Escola Industrial e Comercial até Secundária e Secundária com terceiro ciclo, da Praça Sacadura Cabral até à Santa Justa, a Escola de Moura destejou 50 anos de ensino e abriu-se ao público, antigos e actuais alunos, pessoal discente e docente e encheu-se de recordações, de abraços e de um quente convívio entre pessoas que por ali passaram, mesmo que em momentos e épocas diferentes, e cresceram para a vida. A comunidade respondeu participando e animando as muitas horas de espectáculo. A Associação de Pais e a Comissão de Finalistas garantiram o conforto de corpo que permitiu a permanência. Foi bom percorrer espaços que nos formaram e onde fomos felizes.
Moura, vista e revista
Moura, vista e revista foi o título do espectáculo que o Grupo de Teatro «Os Amarelos» apresentou na última sexta-feira, no Cine-teatro Caridade, muito bem preenchido, pegando nas melhores partes dos trabalhos apresentados nos seis anos de existência. Com um naipe de actores, alguns ainda de tenra idade, o grupo demonstrou qualidade e a consistência do trabalho que vêm desenvolvendo. Parabéns, mesmo que a qualidade fotográfica aqui apresentada não vos faça justiça.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
A versão social de Sócrates
Vejamos onde pára a versão de políticas sociais do Governo de Sócrates consumado com o Orçamento de Estado que vai entrar na Assembleia da República. Para já, chegada a crise, parece que não há só dinheiro para os bancos. Que continuam a somar lucros.
domingo, 12 de outubro de 2008
O verdadeiro artista Beato
A explicação surge na página oficial da Câmara Municipal de Silves: «O espectáculo que estava previsto para o dia 11 de Outubro, inserido nas cerimónias de abertura do evento "marrakech visita Silves" foi transferido para o dia 14, pelas 21h30, na Fábrica do Inglês. Esta alteração deve-se ao facto de os músicos provenientes de Marrocos terem ficado retidos em Tanger até ao final do dia 11, devido a uma tempestade que motivou o cancelamento das travessias marítimas no estreito de Gibraltar. Neste momento, músicos e chefes de cozinha já se encontram em Silves, pelo que amanhã, dia 13, o programa de actividades retomará a normalidade, podendo, já, encontrar nos restaurantes Fábrica do Inglês, Recanto dos Mouros e Marisqueira Rui os pratos tradicionais da gastronomia marroquina.»
De qualquer das formas o jantar programado para ontem, sábado, realizou-se mesmo com a presença de «para além da Presidente da Câmara Municipal de Silves, o Presidente da Comunidade urbana de Marrakech, Omar El Jazouli». Estiveram «ainda, representados, através dos seus embaixadores em Portugal, diversos países árabes, entre eles, Marrocos, Tunísia, Líbia, Argélia, Egipto, Arábia Saudita, Iraque e Palestina, bem como o Secretário de Estado dos Negócios estrangeiros e Cooperação, João Gomes Cravinho» e outras entidades.
Ao que me contaram, na falta dos músicos marroquinos, o jantar teve uma animação especial não programada, nada mais nada menos que Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola, que entendeu resolver o impasse com uma improvisada sessão de fados como se estivesse numa sessão entre amigos. A situação, referiu um participante, deixou todos sem palavras, não pela qualidade do artista que a não tem, mas pelo momento inusitado e pelo rídiculo do acontecimento. Todos, à excepção do próprio claro, ficaram embaraçados com o atrevido acto pouco próprio da cerimónia em causa e dos cargos que se ocupam. Figura triste.
Informação enganosa
Não brinquem connosco. Infelizmente em Grândola já não existe hospital, como bem diz a segunda placa (lamentavelmente a qualidade do fotógrafo não permite uma leitura correcta) ao referir Centro de Saúde, pelo que a primeira placa deveria ser corrigida. Não existe hospital, nem serviço de urgências pelo que esta informação, para lá de baralhada, é enganosa.
Programa Terra - Moura
No Bairro da Salúquia, o mais habitado da cidade de Moura, começou esta semana mais uma obra do Programa Terra, uma iniciativa municipal que se propõe reabilitar urbanisticamente áreas de todas as localidades do concelho. A intervenção neste eixo principal daquele bairro vai um pouco mais longe porque contempla a renovação de todas as infraestruruas enterradas. Até à conclusão das obras, no primeiro trimestre de 2009, e com as chuvas que são apanágio do Outono e Inverno serão muitos os incómodos para a população residente e para quem ali desenvolve a sua actividade. A Primavera chegará com maior qualidade. Com toda a certeza.
Cuidado com o candeeiro
Esta imagem recolhida na anterior sexta-feira à noite revela o desmazelo com que é tratado o bem público em Grândola. Este candeeiro danificado faz tempo encontra-se num dos locais mais movimentados, junto ao Complexo Desportivo José Afonso e na proximidade de estabelecimentos escolares. Não será demais lembrar os perigos. É que funciona.
A privatização do económico
«Deve ser um factor adicional de acalmia e segurança verificar que o Estado português dispõe de um braço financeiro, forte e actuante. Os aforradores portugueses estão a reconhecer esta realidade. E os que durante meses foram defensores da privatização da CGD andam muito calados, para que não lembremos quem são e o que andaram a propor». este trecho vem publicado no editorial do DN e é elucidativo do momento que se vive em Portugal. Naquelas páginas muitas vezes, mais do que o contrário, se defendeu precisamente o oposto e criticado com veemência as forças políticas de sempre defenderam o controlo público de sectores estratégicos da economia. O que me faria rir era começar a ouvir os campeões das privatizações, os governos socialistas (a continuação do processo de privatização da GALP foi parado à pouco pelo governo de Sócrates pela única razão de não ser o momento adequado) a defenderem o sector empresarial do Estado. Com as piruetas que já deram, com a prática a contrária as orientações programáticas nada é de espantar. A hipocrisia política tenta qualquer um.
sábado, 11 de outubro de 2008
Casamentos entre mesmo sexo
A votação da lei que permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo (o casamento entre homossexuais não é proibido desde que sejam de sexos diferentes) poderia constituir uma paródia se, ao que penso, os parlamentares que votaram contra o fizeram de forma convicta.
Força Portugal
Força Portugal. Que tudo corra bem no jogo de hoje frente à Suécia. Para que não tenhamos saudades de Scolari.
Kosovo
«É micro. É pobre. Tem uma elevada taxa de desemrpego e a população mais jovem da Europa. É um sítio explosivo, onde os conflitos étnicos podem sempre rcomeçar. O Kosovo tem tudo para ser um Estado não viável.
Os anos de guerra civil entre albaneses e sérvios congelaram o país, 23 vezes mais pequeno que Portugal. Com escassos recursos, tem uma elevada dependência externa e tem servido de placa giratória para vários tráficos - de armas, de droga, de pessoas. A corrupção e a criminalidade grassam no território, e drigientes locais acusam a comundiade internacional de estar envolvida.» Este texto de Sofia Branco publicado hoje no suplemento Fugas, do Público, diz bem do «país» que Portugal reconheceu esta semana.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Escola Secundária de Moura: 50 anos
Comemora-se este ano o 50º aniversário do começo do ensino secundário na agora cidade de Moura, com as primeiras instalações no actual Paços do Concelho. A próxima semana é central nas iniciativas programadas, com acções a 15 e a 18, dia da escola aberta. Para todos quantos lá andámos e nos formámos é um momento importante festejar e assinalar este aniversário.
A crise e a euribor
Ainda não sei que conclusões irão sair do G7 e do Eurogroup. O que sei é que a indignação e o protesto por tanta intervenção estatal numa área em que o estado estava proibido por quem se alimentava do mercado está a aumentar. De facto, estão a querer regular o mercado com os dinheiro de quem não interfere no mercado. Mais, se o Estado está a criar as condições para que as instituições financeiras não entrem na banca rota, porque razão não interfere também nos valores da euribor sob a base da qual todos pagamos os nossos empréstimos? A não ser assim, estamos a oferecer dinheiro mais barato para os bancos venderem mais caro e aumentarem os seus lucros. Os actuais líderes europeus e norte-americanos (sim porque a crise parece não ter chegado à Oceania, por exemplo) parece o Calimero, lamentando-se pela injustiça de o capitalismo lhe ster estragado a festa e o repasto.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
As medidas de Sócrates
As medidas anunciadas pelo Primeiro-Ministro no Parlamento, cuja pertinência reconheço embora as considere insuficientes, recordaram-me aquele episódio do alentejano que carregado de dores e fome avista ao longe um monte. Dirige-se para lá e procura por comida recebendo em troca um lamento de total ausência. Tornando ao caminho e já a alguma distância, é chamado, entrando logo em correria para a habitação. Pergunta o outro, «gosta de carapaus fritos de um dia para o outro?». Gosto, responde ele. «Veja lá que nem isso tenho para lhe dar». Sócrates veio dizer mais ou menos isto. As despesas com os livros já passaram, para o ano haverá mais famílias abrangidas. As PME estão com dificuldades, para o ano pagam menos na matéria colectável. Com a crise que por aí vai arrisco-me a dizer que não haverá matéria colectável para fazer incidir a nova taxa.
Questões diplomáticas
Não se percebe a negação dos voos da CIA (naturalmente e por definição secretos) com presos para Guatanamo e passagem marcada pelos Açores. Então se a base é deles e fica a meio caminho natural será que ali façam escala. Comunicar o assunto a Portugal, para lá das questões próprias de entidades que se dedicam à espionagem, seria o mesmo que o Rei perguntar ao criado se se podia deitar. Esta é a importância da diplomacia portuguesa que, como qualquer bom rapaz, se aprontou a reconhecer o Kosovo um dia antes do assunto ser discutido na ONU. Não terão reparado no português que comanda os elementos desta organização naquela província Sérvia que afirmou: o Kosovo como país é um projecto falado. É preciso mais?
Serralves
Visita ao Porto, caminho aberto para Serralves onde o mecenato permite entrada livre, mesmo quando não estamos à espera ou somos detentores de um cartão que utilizamos. Tudo o mais a qualidade de sempre e o prazer de fruir de um espaço ímpar. Manuel de Olivera, o nosso (dizem) maior cineasta (pelo menos o de maior longevidade) e o fotógrafo sul-africano Davia Goldblatt, um retrato actualizado sobre um país com uma história marcada profundamente pela política.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Benfica
O meu Benfica voltou ao mesmo dos anos anteriores: está melhor, mas não se consegue impor a equipas com orçamentos iguais ao preço de um jogador benfiquista.
Concertação nos combustíveis
O Horta da Apetro tem razão ao dizer que não existe concertação na definição dos preços dos combustíveis, como defendem algumas entidades relacionadas com o sector. Se a GALP, numa economia de mercado livre, domina completamente o mercado é ela que define os preços e não é possível haver concertação. Existe é dominação de uma empresa tutelada pelo Estado, sem corresponder directamente ao princípio do interesse público.
Prós e Contras
Desisti de ver o Prós e Contras, por ser mais do mesmo ou seja não há contras, há só pessoal da situação que estamos a viver. Alguns com fortes responsabilidades, por terem sido governantes, outros por estarem no centro da desgraça mas serem corajosos na versão FCF. A pior desgraça para nós ainda está para vir.
domingo, 5 de outubro de 2008
Imaginem
Imaginem isto em Portugal:
«Comprar um terreno onde não se pode construir, manobrar na câmara para o poder urbanizar e depois arrecadar uma mais-valia milionária - eis um jogo proibido em Amesterdão. O motivo é simples: todos os solos são propriedade municipal, à excepção dos que foram comprados por particulares antes de 1896 e que somam vinte por cento do total. "O terreno é propriedade do povo de Amesterdão e a nossa função é aumentar a riqueza do povo", diz Dirk van der Woude, um dos responsáveis da Development Corporation, o departamento municipal que assegura a gestão dos solos.», no Público de hoje. (sublinhados meus)
sábado, 4 de outubro de 2008
Imagens que nos revelam
O PCP e as aberturas
Jerónimo de Sousa, secretário geral do PCP, durante a apresentação do período de discussão das teses ao próximo congresso do partido salientou a necessidade de criar uma verdadeira alternativa de esquerda à política seguida pelo actual governo do PS e todos os outros do PS, do PSD e do CDS. Desde logo, se viu nesta afirmação a intenção ou possibilidade de coligações ou entendimentos com o BE e outras forças e movimento
s. Até aqui os exercícios parecem-me legítimos, apesar de hoje, em Grândola, o dirigente comunista vir dizer que é cedo para se falar
em alianças ou coligações. Outro dado interessante é reparar que os órgãos de comunicação social e comentadores que acusam o PCP de manter posições sectárias e conservadoras, perante este dado novo de aparente abertura e disponibilidade para o diálogo procurem encontrar rupturas ou divergências na direcção, Agostinho Lopes, ou se dê muito ênfase a uma saída, Henrique de Sousa, por o partido manter uma linha conservadora. Algo estranho, ou não, nesta altura.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Terra e cal
Ofícios em Safara
Aprender com quem ainda nos pode ensinar, assim se poderá definir a iniciativa da Câmara Municipal de Moura de homenagem a ofícios e profissões caídas em desuso nas teias da aparente modernidade actual e cuja pertinência hoje assume novas oportunidades (até o programa governamental pode aqui ser considerado) para os jovens e as regiões: A coisa funciona assim: escolhe-se uma profissão e em cada terra um interprete. Aconteceu agora em Safara, antes da grande noite gloriosa da luz, integrada na iniciativa "Primeiro, o local" dedicada às freguesias de Safara e Santo Aleixo.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Negociações com o Estado
Não incomodará ninguém que nas negociações com o Estado que se aproximam, por causa das pontes, estejam envolvidos três anteriores ministros, um social-democrata e dois socialistas, elementos que discutiram, debateram e aprovaram as bases que agora vão negociar?
Euribor
O BCE pode debater a necessidade de manutenção, redução ou ascensão da taxa de referência, actualmente nos 4,25. Se mantiverem ou descerem o efeito directo nos bolsos dos portugueses será nulo porque a Euribor está mais de um ponto acima, nos 5,4 (seis meses), daí que qualquer descida só servirá para os bancos ganharem mais dinheiro porque o compram mais baixo. É mais ou menos o que se passa com o preço do crude e dos combustíveis. Se subirem, então continuaremos a pagar sempre mais. É a prova provada de que o pão do pobre cai sempre com a manteiga para baixo.
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