sexta-feira, 30 de julho de 2010
A triste prestação da FPF
A justiça não é um comício
quinta-feira, 29 de julho de 2010
O prego de sapateiro
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Ana Maria
Ana Maria... Ana Maria, chamava ele, num tom algo desesperado. Noite, luminosa de lua cheia. Idoso, na casa dos setenta, já muito próximo dos oitenta. O nome para o caso não importa. O seu chamamento indiciava que após o jantar havia dormido, aquele momento reconfortante, e quando acordou, Ana Maria, companheira de muitos anos,estava ausente.
Ana Maria... Ana Maria, continuava ele e, suportado na sua bengala, cada vez mais desorientado, partiu à procura.
Voltou e partiu outra vez. Completamente à deriva.
Ana Maria ... Ana Maria.
Ana Maria chegou, da sua rotina diária. Não havia qualquer novidade na sua ausência.
Ana Maria... Ana Maria, chamou a vizinha. O seu marido foi por aí abaixo em sua procura, sem saber para onde ia.
Lá foi, Ana Maria, por aí abaixo.
Voltou, a segurar o marido. A bengala já não era suficiente para suportar o cansaço, potenciado por debilitados pulmões bomba de aspiração de inúmeros cigarros, e o seu corpo enorme.
Que disparate o teu, dizia Ana Maria. Volta aqui à esquerda.
Para onde é? perguntava ele no seu desespero, já não aguento mais, vou cair, e o seu corpo, pesado, baixou à estrada. Devagar, felizmente, com as forças que ainda lhe restavam para se fazer cair suavemente.
Para Ana Maria, depois de ajudada no apoio ao marido, este episódio foi mais um numa relação de anos. Muitos. E a interrogação para o futuro que também já se apoia numa bengala.
domingo, 25 de julho de 2010
A vida mais difícil de quem tem trabalho
O corpo encostado à parede. Dobrado. A face entre as mãos. Pálida. A voz pausada. Fraca. Limpa a parede das instalações sanitárias mais para se segurar do que pela necessidade que estas têm de limpeza.
Algum problema? Está doente?
Não. Estou a pensar o que fazer quando sair do trabalho. Tenho que ir a pé. E ainda hoje não comi nada. Deixei o meu marido em casa, com um tumor, e sem um copo de leite. Não tenho três euros para o autocarro.
Estamos nas Amoreiras. Lisboa. Centro Comercial. 21 horas, hora boa para uma sessão de cinema. Hora má, igual a todas as outras do dia para quem tem de trabalhar, fazer o percurso a pé entre a casa e o trabalho. E sem nada para meter nos estômago.
Casa em Camarate. Concelho de Loures. No percurso definido no Google aconselha o caminho do eixo Norte/Sul. “Escassos” 12 quilómetros. Aquela artéria de ligação da capital não pode ser palmilhada a pé. Problema. A pé, das Amoreiras, o melhor caminho será em direcção à Praça de Espanha, Hospital de Santa Maria, Campo Grande, Avenida do Brasil e, mais uns passos, Camarate. Não serão 12, não sei, mas de barriga vazia e com oito horas de trabalho serão o triplo.
Cinco euros.
Nem sabe a ajuda que me está a dar.
Penso, a vida de quem trabalha pode ser ainda mais difícil de quem não tem emprego. Fome e privações são as mesmas. Mas há que ter corpo para o trabalho. E meios para lá chegar.
Contador vence Volta à França
sábado, 24 de julho de 2010
Há frases que nos matam o discurso
sexta-feira, 23 de julho de 2010
CPLP
Abaixo a eliminação dos feriados
A revisão constitucional
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Partido Social de Direita
terça-feira, 20 de julho de 2010
A revisão da Constituição
O risco de pobreza dos portugueses
segunda-feira, 19 de julho de 2010
O escritor fantasma
A economia não é uma ciência exacta
Hoje, parece que os mercados acham que os elevados défices fiscais são a maior ameaça à solvência de um estado. Amanhã poderão pensar que o verdadeiro problema é um crescimento fraco,e arrepender-se das restritivas políticas fiscais que nos ajudaram a desenvolver.
Hoje, eles preocupam-se com governos sem espinha e incapazes de adoptar as duras medidas necessárias para lidar com a crise. Talvez amanhã percam o sono com as manifestações em massa e os conflitos sociais que políticas restritivas terão provocado.
Permite que líderes políticos com confiança em si mesmos tomem conta do seu próprio futuro. permite-lhes moldar a narrativa que sustenta a confiança do mercado, em vez de terem de correr atrás dela.
É aqui que os governos europeus (tal como os seus conselheiros económicos) têm falhado. Em vez de enfrentarem o desafio, os líderes primeiro adiaram e depois acederam sob pressão. Acabaram por tornar as declarações doa analistas de mercados em fetiches. Ao fazerem isso, negaram a si mesmos políticas economicamente desejáveis que têm mais hipóteses de reunir apoio popular.
Se a actual crise piorar, serão os líderes políticos que terão a maior parte da responsabilidade - não porque ignoraram os mercados, mas porque os levaram demasiado a sério.»
sábado, 17 de julho de 2010
“Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no ocidente”
As grandes alternativas políticas
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Vai começar a festa
Jerónimo de Sousa em Moura
domingo, 11 de julho de 2010
Espanha justa campeã do Mundo
sábado, 10 de julho de 2010
Sócrates procura parceiro
José Saramago homenageado em Grândola
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Junta de Grândola inaugura espaço fraterno
O amadorismo de Queirós
Quando o Sol nasce
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A política do governo só os incomoda por falta de comunicação
Mais não foi apenas Proença a deixar avisos ao Governo (vá lá, sempre há algum consenso). Também Ferro Rodrigues apontou que apenas 'a informação completa' sobre a crise 'poderá combater o populismo e a demagogia' (o que interesse é dar a informação, dinheiro para o bife pode ficar para depois). E Mário Soares optou por atentar no PS. Sublinhando que a oposição não representa uma alternativa exortou os deputados a 'insuflarem alma, princípios éticos, ideologia e confiança' no partido onde, admitiu, falta debate interno."
Excerto de distintas intervenções nas jornadas parlamentares socialistas retirado da imprensa, com sublinhados meus, e que são esclarecedoras de que entre os socialistas não há diferenças em relação à questão central: as decisões políticas que afectam todos os portugueses. O resto é conversa.