segunda-feira, 29 de outubro de 2018
domingo, 28 de outubro de 2018
sábado, 27 de outubro de 2018
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Caligrafias inaugurada ontem em Évora
Ana Paula Amendoeira, directora regional de cultura, a acolhedora, Santiago Macias, o autor, e Jorge Calado, o curador.
Eugénio de Andrade
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa”
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa”
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
terça-feira, 23 de outubro de 2018
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
domingo, 21 de outubro de 2018
Vergonhoso
Passado tantos anos de estar concluído não será uma vergonha este troço não estar aberto à circulação? Ou espera pelo aeroporto do montijo ou pelas vésperas de eleições. Assim vai a forma como o governo trata o distrito de Beja.
sábado, 20 de outubro de 2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Museu dos Coches
Recorda me as antigas visitas de estudo e tenho a certeza que é mais interessante o edifício que a colecção.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Orçamento de Estado
Em todas as notícias sobre o OE para 2019 ainda nao ouvi falar de redução dos impostos sovre os combustíveis.
Ainda não percebi ...
...porque razão não se abatem os pinheiros junto à estrada, quando está mais que comprovado que danificam o pavimento?
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
José Afonso, para sempre
Um grupo notável de participantes no CD libreto organizado pela Câmara Municipal de Grândola em homenagem a Zeca Afonso, com diferentes interpretações de Grândola Vila Morena e depoimentos de Vieira Nery, António Manuel Ribeiro, José Mário Branco, Francisco Fanhais, Arturo Reguera e Carlos Martins, ontem apresentado no Cine-Teatro Grandolense.
domingo, 14 de outubro de 2018
sábado, 13 de outubro de 2018
Porta-aviões ao fundo
Se Azeredo sabia e disse que não sabia é grave. Se não sabia, era igualmente grave porque os seus colaboradores mais próximos sonegaram informação, o que sinceramente ninguém acredita. E Costa deixou subir a água pelas canelas acima.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Grândola celebra José Afonso, sem preconceitos
A Câmara Municipal de Grândola, através do Observatório da Canção de Protesto, organiza o Encontro da Canção de Protesto, a partir de amanhã e até domingo.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
domingo, 7 de outubro de 2018
sábado, 6 de outubro de 2018
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Bolsonaro corre o risco de ganhar
O movimento "Ele não" veio para as ruas do Brasil. E as sondagens dizem que Jair Bolsonaro cresceu nas intenções de voto, com destaque para a subida do voto feminino. De manhã nas ruas alentejanas ouvi este comentário de uma cidadã brasileira: "Ele está certo. As jovens vestem-se a mostrar tudo e depois querem que os homens fiquem sossegados e não apalpem. Tem que haver regras para que elas se saibam comportar." Nem mais nem menos.
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Em espera
Porque razão nas salas de espera de consultórios médicos só há revistas com muitos meses de vida? Para dar esperança ao paciente?
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