Lanterna externa
Uma lanterna move-se na noite escura,Que às vezes nos apraz olhar. Quem anda
Ali? – medito. De onde, para onde o manda
Dentro da escuridão essa luz insegura?
Homens passam por mim, cuja beleza pura
Em molde ou mente ou mais um dom maior demanda.Chovem em nosso ar pesado a sua branda
Luz, até que distância ou morte os desfigura.
Morte ou distância vêm. Por mais que para vê-los
Volteie a vista, é em vão: eu perco o que persigo.Longe do meu olhar, longe dos meus desvelos.
Cristo vela. E o olhar de Cristo, em paz ou em perigo,
Os vê, coração quer, amor provê, pé ante pé, com suaves zelos:Resgate e redenção, primeiro, íntimo e último amigo.
(1877)
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