sábado, 28 de dezembro de 2019

Às voltas com o tempo

E à boleia de José Tolentino de Mendonça, no Expresso.

 “Deus pede estrita conta de meu tempo./ E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta./ Mas, como dar, sem tempo, tanta conta/ Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?// Para dar minha conta feita a tempo,/ O tempo me foi dado, e não fiz conta,/ Não quis, sobrando tempo, fazer conta,/ Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.// Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,/ Não gasteis vosso tempo em passatempo./ Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!// Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,/ Quando o tempo chegar, de prestar conta/ Chorarão, como eu, o não ter tempo...”

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