A «Filmografia completa de Michel Giacometti» chegou esta semana, segunda-feira, ao grande público através do Público e assim vai continuar durante uma semanas, numa edição daquele jornal, da RTP e da Tradisom, com coordenação do antropólogo Paulo Lima.
A colecção trouxe-me à memória três encontros de um conjunto de vezes que me cruzei com Michel Giacometti. Uma primeira vez, em Moura, princípio da década de 80, quando solicitou apoio à Câmara para fazer recolha junto dos grupos corais concelhios. Acompanhei-o a Santo Aleixo da Restauração, onde o grupo local tinha um ensaio agendado para a sociedade. Quando chegámos não estava ninguém. Descemos a Rua da Igreja e no Café Pita encontrámos a maioria do grupo, a cantar em volta de petisco e de vinho. O ensaio ficou por ali. A segunda vez, começavam os anos 90, encontrava-me a trabalhar no «Diário do Alentejo», no primeiro andar do edifício da Praça da República , quando a porta da redacção se abriu e surgiu a figura do etnólogo nascido corso e afirmado português. Para minha surpresa, passados quase dez anos do primeiro encontro, Michel dirigiu-se a mim e cumprimentou-me, tratando-me pelo nome, com a sua habitual simplicidade. Depois disso cruzámo-nos mais algumas vezes. O último encontro tem como cenário a Casa do Povo de Peroguarda, na localidade onde escolheu beijar a terra, a sala à pinha, o caixão no centro e o grupo coral a entoar «O menino», canção de Natal que havia registado anos antes. Do seu trabalho fica agora a divulgação e a homenagem mais que merecida. Para mim guardo a imagem do Homem bom, como se diz no Alentejo, e do cidadão empenhado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário