Natal
A velha imagem: um deus à minha espera,
nu e pobre.
Com a firmeza artesanal da hera,
presa ao muro que cobre.
Mas uma pedra humaníssima destrói
a estrutura vegetal do pólipo gigante:
bichinho que rói, rói,
e segue adiante.
Entanto, permanece
o mistério velado.
E uma rosa amanhece
neste Maio adiado.
Daniel Filipe, in «Natal... Natais Oito séculos de poesia sobre o Natal» antologia de Vaco Graça Moura, Millennium/Público
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