Batem-me à porta mãos de neve,
Meu amor batem-me à porta.
Tua lembrança ronda, leve,
Como um luar, à minha volta.
Bate-me à porta o teu desejo,
Meu amor, bate-me à porta.
Saudade minha, onde te escondes?
Onde estás que não te vejo?
Bate-me à porta a saudade, Meu amor bate-me à porta. Vou abrir e vejo entrar Silenciosa, a noite morta.
Bate-me à porta a solidão. Meu amor bate-me à porta Se pergunto vem resposta De silêncio e escuridão.
Bate-me à porta a noite negra. Meu amor, bate-me à porta. Calada, sentou-se a tecer Tecem frio à minha volta. Vazio e frio à minha roda.
Tua lembrança bate-me à porta,
Meu amor, bate-me à porta.
Bate, bate, sem cessar ...
Antes queria viesse o amor
E me afogasse o coração
António José Saraiva, Uma face desconhecida, poemas e prosas, gradiva.
Bate-me à porta a saudade, Meu amor bate-me à porta. Vou abrir e vejo entrar Silenciosa, a noite morta.
Bate-me à porta a solidão. Meu amor bate-me à porta Se pergunto vem resposta De silêncio e escuridão.
Bate-me à porta a noite negra. Meu amor, bate-me à porta. Calada, sentou-se a tecer Tecem frio à minha volta. Vazio e frio à minha roda.
António José Saraiva, Uma face desconhecida, poemas e prosas, gradiva.
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