V - Ténue, roçando sedas pelas
horas
Ténue,
roçando sedas pelas horas,
Teu vulto
ciciante passa e esquece,
E dia a dia
adias para prece
O rito cujo
ritmo só decoras...
Um mar
longínquo e próximo humedece
Teus lábios
onde, mais que em ti, descoras...
E, alada,
leve, sobre a dor que choras,
Sem querer
saber de ti a tarde desce...
Erra no
anteluar a voz dos tanques...
Na quinta
imensa gorgolejam águas,
Na treva
vaga ao meu ter dor estanques...
Meu império
é das horas desiguais,
E dei meu
gesto lasso às algas mágoas
Que há para
além de sermos outonais...
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