"- Um intelectual é habitualmente alguém que não se distingue propriamente pelo seu intelecto - setenciou Corelli - Atribui-se esse qualificativo para se compensar da impotência natural que intui nas suas capacidades. É aquela história antiga do dizme de que te blasonas, dir-te-ei do que precisas. É o pão nosso de cada dia. O incompetente apresenta-se sempre como perito, o cruel como piedoso, o pecador como santarrão, o agiota como benfeitor, o mesquinho como patriota, o arrogante como humilde, o vulgar como elegante e o pateta como intelectual. Mais uma vez, é tudo obra da natureza, que, longe de ser a sílfide cantada pelos poetas, é uma mãe cruel e voraz que precisa de se alimentar das criaturas que vai parindo para se manter viva", em O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón
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