«Depois de Chella morrer, mudaram-no para o canto dela, o canto que Kuttappen imaginava ser o canto da casa que a Mortereservara para administrar as suas tarefas mortíferas. Um canto para cozinhar, outro para a roupa, outro para os colchões, outro para morrer.
Perguntava-se quanto tempo demoraria a sua e o que é que as pessoas com mais cantos fariam com o resto dos cantos. Será que podiam escolher o canto onde morrer?» in O Deus das Pequenas Coisas de Arundhati Roy. Este romance reportado à Índia é um excelente relato das grandes diferenças sociais que afligem aquele país, algo que em Portugal e na Europa está actualmente a ressurgir intensamente. O excerto que escolhi aborda uma questão central e fundamental na construção da cidadania que só é possível quando tivermos possibilidade de escolha. Aí atingimos a liberdade. Em Portugal cada dia que passa menos possível.
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