Ando com alguns problemas de auto-estima porque com tanta sondagem, ainda não fui inquirido em nenhuma delas, quer seja presencial ou telefonicamente; também não foi convidado para aqueles inquéritos de Verão que os jornais têm por hábito fazer para encher páginas à míngua de assuntos; nem mesmo para aquelas entrevistas curtas ao género do que gosta para o pequeno almoço ou dorme para a esquerda ou para direita, de barriga para cima, muito bem; e ontem não me viram na grande marcha da CDU que abriu a campanha para as europeias e encheu Lisboa, pelo menos a julgar pelo escrito de Clara Viana, na edição de hoje do Público. Diz ela que os jovens e os reformados estavam bem representados, pelo que «faltam os do meio, os que estão entre os 30 e os 50 anos». Clara havia lá alguns, só no meu grupo e contando comigo havia pelo menos 20 e nas proximidades contaria para cima de cinco centenas. Aliás, o seu olhar deve ter ficado turvo com tanta gente, notando-se aqui uma inversão de discurso, porque há uns anos o PCP era acusado de não mobilizar os jovens e ser um partido de idosos, agora descobre-se que lhe faltam os do meio. A jornalista utiliza outro elemento para desvalorizar o discurso de Jerónimo quando refere que «a CDU insiste que inventou antes de Obama» a frase «Sim, é possível». Clara quem anda obcecado por Obama é quem vai aos comícios espanhóis falar em espanholês e não o PCP. Para não dizeres asneiras basta fazeres o trabalho de casa, leres os documentos oficiais ou consultares o blog de Vitor Dias. Está lá tudo.