quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O protesto está na rua

Os protestos que estão programados vem confirmar que as únicas estruturas sindicais com vida são as que estão ligadas à CGTP. As da UGT só têm servido de apoio às sucessivas políticas dos governos do PS e do PSD. Por isso estão a ser despejadas.

O protesto saiu à rua

Apesar das danças de ministros. o Homem-teimoso já fez saber que a política mantém-se. Política que tem sido desenvolvida pelo governo do PS e aprovada por todos os deputados do PS na Assembleia da República. Só assim se percebe, e quando o protesto está na rua e fora de controlo da máquina de propaganda socialista paga com dinheiros públicos através de muitas consultadorias, a colagem de algumas vozes socialistas. Porque estiveram caladas nos últimos três anos? Só agora se aperceberam das consequências? Mais de 20.000 professores já se manifestaram em Lisboa à um ano, por onde andaram estas vozes? Acreditavam no sucesso da política de então que é mesma de hoje? Estão agora preocupados com as eleições do ano seguinte? Parece-me que é só este o interesse e a tentativa de demonstrar que o PS é um partido plural. Que não é. O silêncio dos últimos três anos fez muito barulho. E provocou muitos estragos. Para a rua e em força.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Pós, Ministra; Contra, Professores

O programa Prós e Contras de ontem na RTP voltou a prestar uma mau serviço ao País, bem como a maioria dos intervenientes. A discussão em nada acrescentou no debate que é necessário fazer sobre o processo educativo em Portugal. E, neste campo como noutros, a maior responsabilidade cabe a quem dirige, à ministra, ao governo, que devem conduzir políticas, estabelecer diálogos e pontes com os principais intervenientes para a mudança (difícil serão os resultados contra a comunidade educativa, em especial os professores, e com medidas talhadas por critérios meramente economicistas), decidir e fugir à tentação de aproveitar um espaço televisivo para provar que está no caminho certo. Foi mais uma oportunidade perdida e um mau serviço para a educação. Os sindicatos e os partidos da oposição devem ter ficado satisfeitos. O País é que não.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cuba e outras eleições

A campanha da televisão pública contra o regime cubano continua na sua máxima força, agora que Fidel Castro renunciou aos cargos que detinha. Uma campanha onde qualquer voz critica, uma só que seja, é tomada pelo todo e pela verdade absoluta. Se alguém diz que não pode falar, só resta uma conclusão óbvia: não há liberdade em Cuba. Se alguém diz que se está muito bem, a conclusão óbvia: estamos perante um perigoso agente do regime que pretende passar uma imagem de abertura. É preocupante que a televisão pública em Portugal se dedique a este exercício, com dois enviados especiais, um na ilha e outro em Miami a transmitirem a mesma mensagem. Tudo esta campanha ideológica é feita com dinheiro de todos nós. No mesmo Telejornal em que se ignora o resultado das eleições numa outra ilha, esta membro da UE, com um simples pormenor: a vitória coube ao candidato do Partido Comunista, coisa que não fica bem nos nossos regimes neoliberais. Agora que se tinha instalado a ideia de que as correntes comunistas tinha desaparecido com a queda do Muro de Berlim, logo um país resolve eleger para Presidente um confesso deste ideário político. Falemos mas é daquele imenso país democrático que é o Kosovo, terão pensado os responsáveis pela informação da RTP.

Modernidade e grandes avanços

Já muito, e já aqui, se falou da entrevista do Homem-teimoso à SIC e ao Expresso. Muito já se disse e só quero deixar uma última ideia: o homem fala dos excelentes resultados alcançados ao nivel da relação exportação/importação de produtos tecnológicos, com ganhos para Portugal. E apresenta estes dados como se fossem resultado dos últimos três anos, o que é mentira. Não há produto, tecnoloógico ou outro, que se afirme no mercado internacional em três, nem muito menos que seja produzido, promovido e integrado nesse período. Se nesta matéria existem louros eles vão inteirinhos para Mariano Gago que desde o tempo de António Guterres aposta neste sector do ensino e da investigação. Este património é dele e não de Sócrates.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A maior do Mundo


O conjunto de painéis agrupados por seguidores avançam pelo terreno do baldio das Ferrarias, em Amareleja, no concelho de Moura. Aquela que é, a um quinto da sua capacidade, já a maior central fotovoltaica do Mundo vislumbra-se ao longe e produzirá muito em breve. Em paralelo, na cidade cresce a fábrica de montagem de painéis. No final, serão criados mais de 150 postos de trabalho para ajudar às contas de Sócrates. Parabens ao Município de Moura que liderou o processo desde há cinco anos. Assim se vê a outra faceta do Poder Local Democrático.






A entrevista de Sócrates

Os números são para mim um profundo mistério. E permitem diversas interpretações. Na recente entrevista do Primeiro-Ministro penso que ficou, pelo menos, uma pergunta por fazer: o País criou 94.000 e tantos empregos líquidos em três anos. Verdade. Sendo assim, como se explica que no mesmo período o desemprego tenha aumentado? Parece-me óbvio que uma e outra ao mesmo tempo não é possível. Aliás, na entrevista enternece-nos ouvir o licenciado engenheiro a falar da necessidade de ter boas escolas e bons professores. Aí tem toda a razão: dessa necessidade percebe ele.

Costa Terra cautelar

Não concordo de todo com a decisão do Tribunal que deu provimento à providência cautelar das associações ambientalistas em relação do projecto da Costa Terra, na freguesia de Melides, concelho de Grândola. Aquela área de desenvolvimento turístico está prevista e aprovada muito antes da existência da Rede Natura 2000, se não me falha a memória desde 1983. José Sócrates tem razão em desdramatizar o assunto e de dizer que está há muito estudado. Quando era ministro do Ambiente e a Câmara de Grândola de maioria CDU o processo esteve parado na sua secretária durante anos.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

UM PAÍS ASSIM

Que sentido faz apelidar um estabelecimento de comidas de «Taberna alentejana» ou de «Taberna minhota» em pleno Alentejo ou Minho. Quando se está nestas regiões todas são dessas mesmas regiões. Faz sentido dar o contexto regional fora de cada região e não dentro delas como muitas vezes acontece. Portugal é um País Assim.

Dores de cabeça para José Sócrates

A constante insatisfação de sectores da sociedade portuguesa arreliam, por mais que evidente, o Homem-teimoso que fica incomodado quando alguém lhe corre ao caminho protestando, como aconteceu ontem no Largo do Rato. A reeleição de Carvalho da Silva também não é uma boa notícia, porque a CGTP sai reforçada para protestar contra as políticas económicas e sociais de direita do PS. Seria preferível ter uma central sindical coma a UGT: domesticada e de acordo com as políticas socialistas e sociais-democratas. A única boa notícia é o Alegre andar entretido a fazer-se passar por de esquerda, com a realização de um suposto comgresso e a tentar construir uma base para mais uma derrota presidencial.

CGTP

Parabens Carvalho da Silva.

Eleições americanas

Os EUA da América são os maiores defensores da independência do Kosovo porque, para além de outras questões, lhes interessa manter um centro activo de conflito na Europa. De Bush já sabemos o que esperar, muita burrice e nenhuma atitude séria, Mas o que pensam os candidatos à presidência norte-americana? Não conseguimos saber, com as primárias a decidirem-se entre meia dúzia de patuscadas. Mais esclarecido fiquei depois da entrevista de Michael Wertz, especialista norte-americano, sobre Obama: «Uma jornalista resumiu isto de uma maneira muito simples quando, depois de ter ouvido um comício, disse que, vinte minutos depois, já não se lembrava de uma única coisa que ele tivesse dito, mas dois dias depois ainda sentia a emoção». Mais adiante, «Não sabemos ainda muito sobre o que pensa Obama». Dos outros possíveis candidatos também pouco se sabe. Fica a certeza de que não haverá grandes alterações no futuro (não foi Cliton o grande mentor do Kosovo independente?) e da passagem de modelos que são as eleições norte-americanas. Quem manda está escondido.

Kosovo

Já aqui neste espaço o disse há tempos e é agora mais oportuno que nunca: para que caminhos vai a UE se vier a apoiar a declaração de independência da província Sérvia? De duvidoso sentido, pelo menos. Com as dificuldades económicas a afligir muitos europeus, o desemprego a aumentar, o caldo nacionalistas de muitas regiões dos 27 da UE terão naquele exemplo uam forte tentação. Aguardemos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Desastre completo

Em Moçambique, uma revolta popular, com intervenção policial em força, faz dois mortos. Tornados nos Estados Unidos fazem 20 mortos. Um fim-de-semana de festa de carnaval em Portugal faz 11 mortos em acidentes rodoviários. Ainda espero para saber os números do Carnaval no Rio de Janeiro. Algo se passa e algo está mal na nossa escala de valores e na educação que todos transmitimos.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Despedir para renovar quadro

Sempre vou gostar de ver qual a posição de todos os socialistas sobre a recente proposta das confederações patronais de facilitar o despedimento para renovação do quadro e do perfil da função. Temos aqui matéria para os socialistas afirmarem as suas posições de esquerda, se ainda existem. Vamos esperar para ver quais vão ser as propostas do governo e as votações na Assembleia.

Cursos do superior

O Ministério do Ensino Superior determinou o encerramento de diversos cursos superiores que não reunem condições de funcionamento por falta de procura. Não me parece mal. O que me preocupa é que em 30 anos tenha havido 27 ministros da educação, todos das áreas socialista, social-democrata e centrista e que a educação esteja como está e que, por vezes, ainda se responsabilize o PREC. A abertura aos privados, se não me engano durante o consulado do actual Presidente da República, que controlo teve? Que cursos não foram aprovados pelo Ministério? Quantos enriqueceram à custa do interesse de novos alunos, a maioria trabalhadores estudantes? Quemd eterminou o subfinanciamento das universidades? É neste mar de certezas que a educação do País navega, sem grande futuro, embalada num coro de supostos inocentes. Já agora: quantos deputados do PS e do PSD estão no Parlamento há mais de 20 anos e aprovaram todas as políticas de educação, designadamente o suporte legal para abrir cursos superiores àvontade de cada um, em especial da lei do mercado.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A educação não é coisa pública

A reportagem de ontem da SIC sobre a iletracia em Portugal leva-me a pensar porque razão na televisão pública não se abordam estes temas e se perdem horas com futebol (de que eu sou incondiconal adepto)? Será porque se estará sempre a por em causa as políticas governamentais? Bom trabalho da SIC.

Judiciária

O director da PJ veio levantar algumas questões sobre o caso da menina inglesa desaparecida que tem espalhado preplexidade e espanto pelo país. Sem deixar de ficar chocado pelos erros que possam ter sido cometidos nesta investigação, a minha inquietação cresce na justa medida em que aumenta a minha suspeita de que muitas «precipitações» terão sido cometidas em casos menos mediáticos e que trataram desprovidas de quaisquer influências. Os infelizes deste país.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O engenheiro técnico Sócrates

Questões éticas à parte para quem é um dos representantes do País, o episódio do engenheiro técnico Sócrates é o exemplo maior do desastre em que outros processos semelhantes mas silenciados transformaram Portugal mostruário do mau gosto. O que me preocupa é como uma pessoa que deteve a pasta do ambiente e ordenamento do território, impediu e validou um conjunto de projectos, pode revelar tão mau gosto (melhor dizendo um gosto tão comum e banal) nos projectos que assinou e foram publicados nos jornais. A grande questão é que passado estes anos nem tem um assombro de consciência. Nestes 20 anos já teve tempo para elevar os seus padrões de cultura. Parace que não!