segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Portugal é um enorme banco

O ano de 2007 está a chegar ao fim e fica no ar a sensação que o país vive à volta do sistema bancário. O BCP dominou plenamente nesta matéria e termina o ano em grande, numa clara disputa política entre o PS e o PSD, o chamado centrão político, confirmando a enorme dependência destes partidos dos principais agentes económicos. Portugal é um país assim, onde nada mais acontece de bom e grave a não ser as jogadas entre banqueiros e os seus capamgas que pontificam entre socialistas e sociais-democratas. O triste é que 2008 não será diferente. Temo que seja bem pior, porque estará em preparação e em efectividade a criação de condições para a vitória em três eleições. Uma última questão: ficarão Santos Ferreira e Armando Vara no desemprego caso percam as eleições no BCP? Ou terão um emprego público à espera? Então o privado não é melhor? Esperamos para ver qual o caminho.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Um Natal assim

Dizer que a vida não está para natais é a mais perfeita banalidade. Mas não deixa de ser uma banalidade verdadeira. Pelo menos para a grande maioria que é cada vez maior. Portugal parece um país em deriva para o capitalismo mais feroz e para a completa aniquilação do espaço público, num modelo que não é seguido na Europa comunitária, pelo menos por enquanto. Não aprecio particularmente esta época. O telemóvel não pára de alimentar a carteira dos operadores através das profusas mensagens natalícias. Temos que estar e ser felizes. Temos que estar e ser bem dispostos. Temos que agradecer, desejar e retribuir. É um profundo cansaço, tenho que dizer.

Parabens a Moura

A Câmara de Moura está de parabens. A candidatura que liderou à iniciativa redes urbanas foi seleccionada, ficando no grupo das cinco de entre mais de vinte candidaturas. É, aliás, a única em que a liderança não pertence a uma capital de distrito. A temática é as energias renováveis e a construção sustentável. Foi um rasgo para um Município que há mais de cinco anos desenvolve um projecto em torno da energias renováveis e assiste à construção da maior central fotovoltaica do Mundo. Há muita vida para lá dos autarcas que ocupam as notícias dos meios de comunicação social.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Cimeira Euro-África

Não deixo de ficar com a sensação que a cimeira foi um fracasso. Quando os discursos são demasiado elogiosos, tanto como vagos sobre os sucessos alcançados, não deixo de acreditar que os resultados foram uma mão cheia de nada. Penso que começou logo mal, quando José Sócrates sentiu necessidade de no discurso de abertura salientar com força que estavam entre iguais todos os que estavam na sala. Era a confirmação de que não se estava entre iguais, mas perante realidades e diferenças muito diferentes. No discurso politico só se frisa e salienta o que não existe. Ninguém se lembra de na Assembleia da República, no Parlamento Europeu ou em qualquer cimeira europeia e norte-americana de afirmar que estamos entre iguais. É um dado adquirido.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Rui Pereira, os acidentes e os mortos

O número de mortos em acidentes rodoviários subiu neste ano. O ministro Rui Pereira para sacudir responsabilidades políticas adiantou que teríamos de olhar para estes números com base no passado. E setenciou que se compararmos com a década de 80 a descida é exponencial (o sentido é este). Tem razão, se compararmos com a década de 90 também há uma descida acentuada. Já se compararmos com a década de 70, talvez se registe uma subida que será ainda mais acentuada se for em relação à de 60, de 50, de 40, de 30, de 20, todas elas do século passado. Se olharmos para os números da primeira década e da última do século XIX então o desastre é completo. Do ponto de vista estatístico, já se vê. Não haverá registo, mas sempre é possível terem existido algumas pessoas que morreram atropeladas por um veículo de tracção animal.

Tratado, Constituição e referendo

O chamado Tratado de Lisboa vai ser assinado para a semana. Como dizem a maioria dos «especialistas» com um texto difícil e muito próximo da defunta Constituição Europeia. O que me interrogo é porque razão os «democratas» europeus não querem referendar um documento que em muito vai alterar a nossa vida interna e europeia. E condicionar futuras opções por entregar parte da nossa soberania a uma Comissão não eleita directamente. Sem qualquer comparação, então não aplaudimos o facto do «ditador» venezuelano referendar a alteração à constituição e aceitar os resultados? Já agora, quantas alterações à Consituição da República Portuguesa foram referendadas ou sequer temas de campanha e compromisso eleitorais?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Preservação dos centros das cidades

O secretário de estado anunciou hoje medidas e incentivos governamentais para as iniciativas de recuperação dos centros das cidades, tendo como objectivo a recuperação patrimonial e a luta contra a desertificação. O curioso é que os incentivos são feitos à custa da isenção do IMI, tão só um imposto municipal. É o mesmo que fazer filhos em mulher alheia ou figura de rico com dinheiro emprestado.

Chavez e a democracia

É desconhecido o desfecho final do referendo, bem como é imprevisível o caminho que a Venezuela trilhará com Chavez. Contudo, não deixa de ser interessante (eventualmente jogada estratégica) que o apelidado ditador se submeta a um sufrágio universal, supervisionado internacionalmente, quando "grandes democracias" como os USA, do Paquistão e outros mais são aceites pela comunidade internacional, apesar dos reconhecidos "erros" do processo eleitoral. O caminho é mais difícil para quem luta contra o sistema e o crescimento das ideias neoliberais.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Portagens no IP 8

Afinal o desenvolvimento está a chegar ao Alentejo: o prometido IP 8, que ficará só pelo aeroporto de Beja quando foi prometido chegar a Vila Verde de Ficalho para uma melhor ligação a Espanha, vai ter portagens. Mais um apoio ao desenvolvimento sustentado da região. Já acabou a política das SCUT socialistas? Ou quando chega a vez do Alentejo acabam as benesses do Orçamento de Estado, só disponíveis para as outras regiões?