terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vou pelo lado contrário

Corredor do metropolitano no sentido da saída, numa estação em pleno centro de Londres. Pessoas a apinharem-se junto ao elevador, enquanto à esquerda uma escada completamente vazia. Solução, deixemo-nos de esperas e vamos pela escada. Degraus, muitos degraus, até nunca mais acabar, uns acima dos outros. Não os contei, mas eram muitos, tantos quanto o enorme cansaço quando chegámos lá acima, enquanto os elevadores fizeram o percurso por duas vezes. Esperteza de português. Atrás de nós, uma família de turistas: «se ainda os encontrar na cidade vou para o outro lado». Não os voltámos a encontrar. A recente contestação que vigora em Londres não se vislumbrou naqueles dias. Não foi visível qualquer sinal de insegurança numa cidade fantástica. Contudo, resumir a contestação a grupos de marginais, que optam e aproveitam a situação através da violência gratuíta, sem olhar para a política de austeridade do governo, assemelha-se muito a analisar a situação subindo pelas escadas. Vou pelo lado contrário.



Foto de Simão Lobato


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