domingo, 21 de outubro de 2007

O racismo, segundo Watson e Fernandes

A conferência de Watson em Inglaterra foi cancelada por este ter expressado a opinião de que os «negros eram (se eram, já não são?) menos inteligentes», escreve hoje em Editorial o Fernandes, director do Público. As entidades britânicas tiveram a coragem de não suportar a afirmação racista «mesmo que sustentada da forma mais deastrada» e sendo que «o tema não é a especialidade de Watson e usou argumentos deploráveis», razões enunciadas por Fernandes que mesmo assim entende ser «um disparate maior pretender silenciá-lo». Os argumentos de Fernandes são igualmente deploráveis, a sua sustentação desastrada e, inegavelmente, este não é o seu tema, é sim a sua demonstração de racismo, para com os negros, com argumentos racistas há muito desmontados cientificamente. Em Portugal monarquico e fascista defendia-se «cientificamente» que os pretos tinham mais condições naturais para tabalhar em terrenos alagados, por resistirem melhor à malária e outras doenças provocadas pelos mosquitos. É nessa linha que entende expressar a opinião de, eventualmente, estarem mais aptos para a prática da velocidade como uma importantissima hipótese de estudo . Talvez seja por esta atitude corporizada por Fernandes que, ao contrário da maioria dos países, ninguem em Portugal tenha sido julgado por alimentar a máquina opressiva e política do fascismo e, ainda hoje, continuarem nos lugares que antes ocupavam, apesar de serem polícias políticos e membros dos governos (veja-se a forma despreocupada como Adriano Moreira fala na Guerra (que foi a sua) de Joaquim Furtado). Não deixa tambem de ser curioso que, na edição de hoje do mesmo jornal, surja uma fotografia da campeã África do Sul, em que a maioria dos membros da equipa são brancos mas quem carrega o presidente preto são dois pretos.

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