Dizer que a vida não está para natais é a mais perfeita banalidade. Mas não deixa de ser uma banalidade verdadeira. Pelo menos para a grande maioria que é cada vez maior. Portugal parece um país em deriva para o capitalismo mais feroz e para a completa aniquilação do espaço público, num modelo que não é seguido na Europa comunitária, pelo menos por enquanto. Não aprecio particularmente esta época. O telemóvel não pára de alimentar a carteira dos operadores através das profusas mensagens natalícias. Temos que estar e ser felizes. Temos que estar e ser bem dispostos. Temos que agradecer, desejar e retribuir. É um profundo cansaço, tenho que dizer.