Acompanhei ontem o final do pretenso debate (sem ofensa parecia mais uma peixeirada) do Prós e Contra sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ideia eleitoral que Sócrates descobriu para arregimentar a sua falange de apoio homossexual e dar um ar de moderno e de esquerda. O resultado final, parece-me, foi negativo e triste para todos os intervenientes, principalmente para o grupo que defende a matéria, acentuando o caminho final de esgotamento deste programa de simulacro de democracia e imparcialidade na televisão pública. O mais triste para mim foi ver o Miguel Vale de Almeida, com quem me cruzei nos tempos do ISCTE, pessoa que considero, apesar de ter afirmado recentemente: «Como é que um ser humano normal se sujeita a ir ao programa de Fátima Campos Ferreira?» Tão rápido se contradisse, passou a ser humano «anormal» e aceitou o convite. Há dias em que mais vale estar calado. Quanto ao resto, por mim pode vir o casamento entre pessoas do mesmo sexo a todo o momento, muito embora não perceba o «simbolismo» de querer partilhar uma experiência que nos anos da revolução de Abril as esquerdas consideravam ultrapassada e caduca. Mudam-se os tempos.