O nosso vizinho anda a trabalhar nesta obra, disse para o seu companheiro de banco, camarada de um pouco de fresco no lusco-fusco destes dias de estio severo (lusco-fusco aqui sem ser entendido pelos cinco a sete segundos que dizem durar a passagem do dia para a noite), olhos postos na remodelação do edifício da sociedade recreativa.
Qual vizinho? questionou, apoiando os anos na bengala.
Aquele que mora ali ao pé da gente, respondeu o primeiro como se não pudesse haver enganos e o vizinho fosse a única possibilidade das redondezas de integrar a força de trabalho.
Seguiu-se um longo período de silêncio, reflexão e contemplação, entrecortado por um longo bocejo, tentando aproveitar o escasso vento que chegava à praça.
O Manuel António?
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