domingo, 23 de março de 2014

João Honrado

A Direcção de Organização de Beja do PCP entendeu, e bem, promover uma acção de evocação da memória de João Honrado, falecido há um ano, com a realização, ontem, na Biblioteca José Saramago, em Beja, (encheu de muitos amigos e camaradas) e com uma exposição denominada "Alentejano e comunista" que estará exposta naquele espaço até ao final do mês e circulará depois por outros concelhos. Associei-me à sessão em que intervieram Belchior Pereira, seu amigo de jornada, Rosa Calado, sobrinha, e Luísa Araújo, do Comité Central do PCP. A evocação insere-se nas comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, atitude certa para um Homem que deu a vida pela liberdade de todos. Tive o prazer de o conhecer, de ser por ele recebido no seu grande e fraterno abraço, de conviver, de merendar (e como comia para se "desforrar dos anos que estive sem comer a passar fome"), de com ele estudar, escrever e discutir documentos. O João era um poeta/princípe da liberdade, da inexcedível capacidade de aceitar o outro, de ajudar, e, às vezes, muitas vezes, ter como troca o maltrato e a ingratidão. Discreto. Como me disse a Alice, num prolongado abraço de lágrimas,  "se acreditássemos que ele nos estava vendo lá em cima, diria para nós: o que estão a fazer aqui fechados com tanta coisa boa para fazer". O João era assim, um Homem bom, um "coração de mel" como diz Eduardo Olímpio na poesia que lhe dedicou. A luta dele, a nossa, continua e está cada vez mais actual.

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