terça-feira, 18 de março de 2014

Sabores da memória

Há muitos anos, a um elemento do núcleo familiar foi prescrito que deixasse de beber a água da torneira para evitar as pedras nos rins, dada a presença de calcário (perdoe-se a ausência de designação técnica). Na altura, água engarrafada era escassa e utilizavam-se garrafões de vidro de cinco litros com cobertura de plástico, sujeito a depósito em dinheiro no estabelecimento, como ainda acontece com as garrafas de gás. As marcas eram poucas e a escolha recaiu sobre a de Monchique. E durante anos, lá me encarreguei de carregar os garrafões e, apesar do custo elevado, a família passou a beber toda dali, como medida preventiva por imposição materna. Durante algum tempo carreguei um desses recepientes. A recordação veio pelo sabor da água (dizem que cientificamente não tem sabor) que voltei a beber por estes dias depois de tantos anos. E amanhã é dia do pai.


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