sexta-feira, 18 de abril de 2014

Os telhados do Lousal

A aldeia do Lousal, Grândola, apareceu recentemente nas notícias, aqui no Diário do Alentejo, pela existência de grande quantidade de habitações com cobertura de telhas com amianto na sua composição. O problema é antigo, real, e só se lamenta que alguns responsáveis só agora o levantem publicamente, quando em anos anteriores andaram calados. É assunto que terá de ser resolvido e que, por decisões das maiorias do PS na Câmara de Grândola nos anteriores três mandatos, caíram em cima dos moradores, a esmagadora maioria sem recursos para resolver a situação. Importa fazer aqui um pouco o historial do processo: em 1994, a Câmara e a Sapec, proprietária do couto mineiro, desenvolveram um projecto de redinamização económica e social denominado Relousal. Nesse âmbito, a empresa vendeu por preço simbólico uma parcela da aldeia onde se incluíam os principais bairros mineiros. A Câmara da altura, liderada pela CDU, criou um gabinete técnico local, com o objectivo de desenvolver um projecto de recuperação das habitações, assumindo o compromisso de vender as habitações aos moradores (nalguns casos foram feitos realojamentos para adaptar as habitações ao número de membros da família) devidamente recuperadas, como aconteceu no Bairro de Santiago. Havia iniciativas de procura de financiamentos nacionais e comunitários para recuperar as habitações. Com a vitória socialista nasceu a proposta de entregar as habitações a "custo zero" mas sem qualquer processo de recuperação por intervenção municipal, deixando os habitações e agora proprietários entregues à sua própria capacidade. Passados mais de 12 anos a situação é agora mais grave, pelo arrastar do tempo e pelas dificuldades financeiras agravadas de famílias e do Município. Por respeito pela população seria bom não se fazer demagogia com este problema. Grave.

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