Quem, por mero acaso ou inoportuno acidente, depare com estas palavras, não sendo de Moura ou mesmo sendo-o e não tendo participado na sessão da Assembleia Municipal da última sexta-feira, nada perceberá do que aqui se diz. Também não vou procurar explicar o acontecido em pormenor. É assim uma conversa em circuito fechado, como também se transforma este blog, assim uma espécie de diário. Sem falsos moralismos ou puritanismos políticos, a forma como a sessão decorreu foi desagradável e um mau serviço à democracia representativa e ao diálogo partidário. O conteúdo dos discursos de apresentação das questões e problemas, o teor das respostas, ambas privilegiando o particular sobre o geral, a visão pessoal sobre a colectiva, o diálogo, as interrupções são um bom exemplo de como não deve acontecer. E o motivo para a sessão, para lá do carácter ordinária, era muito válido: assinalar os 40 anos de actividade ininterrupta da Biblioteca Municipal de Moura e a inauguração do pólo do Sobral da Adiça, fechando uma rede de equipamentos em todas as freguesias, um dado pouco comum em Portugal e que merecia uma maior atenção da comunicação social.