É de saudar que, passados sete anos, Grândola volte a ter um espaço regular de exibição de cinema. Depois desta autêntica travessia do deserto não deixa de ser um facto cultural, apesar das primeiras sessões começarem com a inevitável propaganda do presidente da Câmara, explicando pormenorizadamente e a despropósito a intervenção que, terá, custado 500 mil euros, em mais uma parceria com um grupo económico que investe no litoral do concelho. O auditório municipal está melhor, como não podia deixar de ser. O que não se compreende é ter-se levado tantos anos e instalar umas cadeiras que deixam dores em todo o corpo e que dispõem de uns apoios para braços ridículos que não dão para apoiar os braços. O que não se compreende é que a projecção volte a estar desfocada nos extremos, apesar de se recorrer a moderno equipamento. O que não se compreende é a compra apressada de uma passadeira porque o chão escorregava. Situações de um amadorismo que confrange. Deseja-se que o cinema não volte só em vésperas de eleições e se possa ter, em condições, uma programação actualizada. Vamos ver.