A justiça contra os poderosos tem tido em Portugal um denominador comum: raramente chega a conclusões, muito menos a sentenças que determinem penas pesadas. De trâmites processuais a recursos diversos, arrastam-se, arrastam-se os processos até caírem no esquecimento ou aparecer o próximo em que são implicados gente ligada ao partido diverso do anterior. Numa espécie de toma lá dá cá para que todo o sistema se possa perpetuar. Não é preciso muito exercício mental para na história recente encontrar uns quantos, desde a Casa Pia ao Portucale, dos submarinos ao Freeport. Talvez no «Face Oculta» estejamos noutro nível e possa haver mesmo um final. Só assim se percebe a preocupação que transparece deste post de Medeiros Ferreira.