Apresentar a questão desta forma é um exercício político em proveito próprio, sem qualquer dúvida, mas não constitui a única versão das factos. Existe outra forma de colocar o assunto ou seja a dívida efectiva é de cinco milhões e não de 17, enquanto o meio milhão é, ao que parece, de trabalhos a mais em obras das escolas, logo não é correcto afirmar que não tem «qualquer suporte». Nesta questão das dívidas existe sempre o outro lado, particularmente se forem relativas a investimento: quanta dela tem financiamento comunitário? Na verdade, se toda a despesa tiver sido objecto de candidatura ao QREN poderemos dizer que, pelo menos, a Câmara de Beja irá receber metade, em média um pouco mais, dos 17 milhões nos próximos anos. Visto desta forma o problema já não será tão grave e, talvez, a nova maioria esteja a utilizar os números para suportar decisões que pretende tomar e que irão causar algum descontentamento. Apresentando o problema daquela maneira, irão querer passar a ideia de que as suas decisões serão sempre da responsabilidade do anterior executivo o que é, pelo menos, uma forma incorrecta de actuação. E uma postura política utilizada pelos eleitos do PS noutros concelhos.