quinta-feira, 26 de novembro de 2009

V.O.L.

24 de Novembro. Terça-feira. 21 e 30 horas. Rua pouco movimentada, envolta na iluminação quente de centro histórico. «Onde é o espaço VOL», perguntaram ao que respondi o quase óbvio: «a única montra iluminada». O motivo da deslocação a Serpa ao «Espaço VOL - Vemos, Ouvimos e Lemos» dinamizado pelo Paulo Barriga foi tão a participação numa das muitas actividades cultirais que a livraria organiza ao longo do ano, com base no triptico identificativo. Neste caso particular e embora não por esta ordem, os primeiros trabalhos de Manuel Seita, o mais recente conjunto de músicos da serpense Ana Sofia Varela e a apresentação do mais recente trabalho do amarelejense Mário Zambujal, «Uma Noite não são Dias». O mais interessante deste bocado de noite entre amigos e conhecidos, pessoas que transportam memórios de outros tempos, é encontrar uma livravia, um espaço de promoção cultural é mais correcto, aconchegado, e com vasta assistência. O menos a dificuldade de projectos desta natureza vingarem economicamente. A perder-se, perde-se mais do que a cerca de meia dúzia de postos de trabalho. Perde-se um espaço de referência, com todos os motivos para ser apoiado. Ñestes tempos de crise em que do pouco que existe se retira da barriga, muito menos chegará para a literatura, vítima primeira do desinvestimento público de muitos anos em Portugal, irá perder-se a dinamização de Serpa e, pelo que assisti, do concelho e de outras terras envolventes. Moura estava bem representada. É doloroso se assim for. Este texto é tão só um apoio e incentivo de amizade ao Paulo Barriga, sabendo que o necessário são compradores de livros.