Numa mesa de amigos dizia o Santiago que um dos principais defeitos (e tem muitos) do nosso primeiro era não ter capacidade para se rir de si próprio, a que acrescento em linguagem vernacular ser muito próximo de uma bota da tropa. E acrescentou a Céu que também lhe faltava (a ele e à Lurdes Rodrigues, por defeito profissional a sua inimiga de estimação do governo) qualquer aptidão para uma postura tipo Calimero, a inconfundível personagem de banda desenhada. A capacidade de nos rirmos de nós próprios, atitude que nos permite crescer e melhorar (o que é evidente não ter acontecido com José Sócrates), releva também para a assumpção dos erros e das decisões menos conseguidas. Sócrates é o contrário, tudo é culpa dos outros (dos anteriores governos que aumentaram o deficit e só por acaso a eles também pertenceu), de uma qualquer entidade exterior (dos financeiros e especuladores internacionais que criaram a crise internacional que afecta Portugal), de cabalas (designadamente sobre a forma como conseguiu a licenciatura, acto que revela muito da sua idoneidade), ou de campanhas negras (de que resulta o mediático caso freeport). Nada é da sua responsabilidade. Tudo é parte da sua teoria da vítima, a estratégia política que tem vindo a conduzir para este fim de mandato.
A imagem serve só para mostrar a imagem de banda desenhada aos mais novos