Tenho acompanhado desde há mais de cinco anos o processo do sistema de abastecimento de água em alta para o Alentejo. Desde o princípio o PCP sempre manteve a posição de que este serviço deve ser público, competência dos municípios, pelo que qualquer entidade criada deveria manter maioria de capital autárquico, desde logo empresas intermunicipais. Esta posição foi, desde sempre, criticada pelo PS que preferiam entregar o processo à empresa pública Águas de Portugal criando empresas multimunicipais para a gestão do sistema. As bases do «negócio» com as Águas de Portugal era desastroso para lá do propósito sempre anunciado pelo governo da privatização desta empresa. Na tese socialista aquela empresa era o modelo de gestão que mais interessava aos municípios e à população. Estranho que agora venho dizer que «os Autarcas Socialistas do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral estão descontentes com a “Águas de Portugal”. Em causa está a forma como a empresa tem vindo a orientar as negociações com vista à criação de um Sistema de Saneamento e Abastecimento de Água em Alta no Alentejo. O processo, que se arrasta há cerca de uma década, está a ser conduzido pela empresa Águas de Portugal há três anos. Tempo durante o qual – refere Carlos Beato, Porta-voz dos Autarcas Socialistas – nada está ainda resolvido com prejuízo evidente para as populações e para o Ambiente». O que se passou para tamanha reviravolta? Simplesmente incapacidade socialista, nas Câmaras e nas Águas de Portugal, para resolver o problema. O resto é conversa.