sexta-feira, 18 de maio de 2007

Ao contrário

Numa feira alentejana apareceu um ano um pavilhão com uma atracção que mereceu as atenções imediatas: anunciava um burro ao contrário. A expectativa na terra conheceu valores elevados, face à perspectiva de olhar para o jerico do outro lado que sempre era olhado na labuta do campo. Quando abriu, a procura foi máxima e depois de passar a cortina preta o truque, porque era disso que se tratava, era simples, o burro estava preso pelo rabo em vez da cabeça. E assim, o autor da ideia ganhou em toda a feira porque quem ía saíndo não falava de desilusão. Claro que estamos a falar de feiras que duram um dia, tanto quanto a próxima greve geral, da qual o governo tem medo, ainda mais porque está marcada para uma altura em que o desemprego atinge valores há muito não verificados e em vésperas de campanha para a Câmara de Lisboa. E desse modo, lembrou-se do truque da fiabilidade dos números para um processo que, apesar das atabalhoadas desculpas do secretário de Estado, não deixa de se constituir como uma tentativa de intimidação dos trabalhadores. Cabe perguntar: se um serviço estiver 100% ausente quem contabiliza e comunica os dados? A polícia? A leitura da decisão do Ministério das Finanças é um truque que nos quer fazer ver a situação ao contrário o que só demonstra o medo e a insegurança que o governo vive neste momento. E neste aspecto estamos a caminho de um clima policial. Já se ouve e já viu noutros lados.

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