«Se o discurso de Manuela Ferreira Leite foi uma pungente manifestação da astenia por que passa o PSD, a intervenção de Jerónimo de Sousa, na Festa do Avante!, embora excessivamente longa e repetitiva, não deixou de reflectir a imagem de um homem convicto, impulsionado pela razão que lhe assiste, por discutível que seja, marcado pelo fogo de um entusiasmo que tem muito a ver com o desejo, e empolgado pela ideia de um pensamento optimista. Goste-se ou não. Esteja-se ou não de acordo.
Manuela Ferreira Leite é, em todos os aspectos, e com perdão da palavra, um frigorífico. Com outro revés: não possui nenhuma ideia nova, não apresenta nenhum projecto, não expressa nenhuma característica de mudança. O que poderia suscitar um curioso estudo das anti-relações linguísticas e ideológicas entre as duas identidades políticas perdeu-se nessa espécie de crise da razão que percorre a sociedade portuguesa em geral - e que existe entre o insulto soez e a ignorância crassa.»
Baptista-Bastos, hoje no DN