Os excertos da notícia publicada hoje no DN dispensa comentários quanto a responsabilidade e comentários sobre a degradação do nível de vida dos funcionários públicos e quem tem contribuindo para a redução do défice:
«Em dez anos, desde 1998 , a maioria dos 700 mil funcionários públicos - a que corresponde um agregado familiar de pelo menos 2,2 milhões de pessoas - já perdeu pelo menos 6,9% no poder de compra. São os parentes pobres dos assalariados portugueses - é que, no sector privado, desde 1998 até 2007, os salários foram valorizados em 10,4%, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal.
As perdas acumuladas no final deste ano até podem ser bem acima dos 7%, caso a inflação seja 3%, tal como prevê o Banco de Portugal ou a OCDE. A função pública obteve este ano uma "actualização" salarial em linha com a inflação prevista no Orçamento (2,1%), mas desde os primeiros meses do ano que foi evidente a escalada dos preços.Esta estimativa de desgaste no poder de compra dos funcionários públicos não inclui a erosão provocada pelos aumentos de impostos (em sede de IRS), durante a última década, ou de contribuições sociais. Por exemplo, em 2007 os funcionários públicos foram aumentados 1,5%, mas, de imediato, um terço deste aumento , 0,5 pontos, foi subtraído aos ordenados a título de descontos sociais. Em dez anos, os Governos erraram sistematicamente nas estimativas face ao andamento da inflação. Apenas no distante ano de 1999 os funcionários públicos ganharam pontos à inflação. Foi quando a expansão salarial se cifrou em 3% e os preços subiram 2,3%.O ataque à carteira dos funcionários começou em 2000 e atingiu o "pico" em 2003 e 2006, anos de forte contracção da despesa governamental. Em 2003, com Ferreira Leite à frente das Finanças e com o país em recessão, os funcionários públicos perderam 1,8% no poder de compra. Em 2006, já com Sócrates em São Bento, a deterioração do poder de compra atingiu 1,6%. E nesta legislatura as perdas salariais acumuladas já atingem os 4,1%.»
Esclarecedor, não?