Escrevo ainda em Novembro porque o mês de Dezembro não é propício, poderei mesmo ser classificado de insensível, para este tipo de discursos. O Banco Alimentar esteve este fim-de-semana em mais uma recolha de alimentos para poder apoiar 250 mil portugueses. Num dia, sábado, segundo a sua responsável foram doadas 450 toneladas de bens. Avanço que não participei na campanha. Nem nesta, nem nas anteriores, nem nas que se seguirão. Defendo que o Estado devem criar condições para que todos possamos ter dignidade naquilo que nos entra em casa, sem ter que a coberto do anonimato procurar as instituições que prestam este tipo de apoios. Pretendo construir soluções que permitam acabar com os pobres e não participar naquelas que caritativamente alimentam a pobreza e se alimentam dela. Os principais beneficiários destas campanhas acabam por ser as grandes superfícies que esgotam os seus expositores, aumentam as vendas e não financiam nada. Só arrecadam. Eventualmente (mera especulação) alguns dos envolvidos na gestão do Banco até são da estrutura dirigente das grandes superfícies ou dos grupos económicos que as suportam. Pelo menos, afirmo, defendem políticas que ajudam a criar mais desfavorecidos.