sábado, 2 de janeiro de 2010

2010

Entrámos no novo ano, sem grandes sinais de mudança ou motivos para festejar. Os discursos, os protagonistas e as políticas, temo, são as mesmas. O rumo parece ser o mesmo. Razão tem Miguel Sousa Tavares, na edição do Expresso, em dizer que: «Mais difícil ainda será entender como é que, Madoff à parte, uma vez a crise ultrapassada à custa do sacríficio do dinheiro dos impostos de cidadãos inocentes, tudo retomou o seu caminho habitual, com os mesmos responsáveis à frente dos negócios e com os mesmos métodos e a mesma criminosa ganância a determinarem as regras do jogo». Talvez o articulista tenha razão quando conclui que «se alguma coisa caracteriza o nosso tempo é a legitimação da mediocridade. Esta foi a década de avanço da mediocridade. Mas talvez a próxima seja uma época de exigência: se não por escolha, talvez por necessidade». Temo, mais uma vez, que em Portugal se comece mal, como interpreto as palavras de Ano Novo do Presidente. Como em 2011 haverá eleições e Cavaco quer ser reeleito tudo vai fazer para assegurar a continuidade governativa, estabelecendo bases entre o PS e o PSD porque sabe que sem o centrão não conseguirá permanecer em Belém. E o futuro do País ficará dois anos dependente dessa vontade. Com mairo dificuldade em sair da crise que será paga por muitos sujeitos a decisões e benefícios de poucos.

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