quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Feira de Grândola

Ponto prévio: a Feira de Agosto, em Grândola, desde o final da década de 90 com o subtítulo Turismo, Ambiente e Desenvolvimento, é uma das maiores feiras do país há muitos anos, eventualmente ao longo dos seus séculos de existência. Posso falar por isso desde 1993, ano a partir do qual a tenho acompanhado permanentemente. A edição de 2008, tal como as anteriores, não foge à regra e será ponto de atracção do litoral alentejano e de todos que de passagem farão um desvio. E, principalmente, de todos os grandolenses.

Primeiro ponto: A cerimónia de inauguração de ontem
A presença do Presidente da República foi um factor acrescentado para esta edição da Feira, deixando claro no seu discurso que não há almoços grátis e que fez o frete a Carlos Beato que foi o mandatário do Distrito de Setúbal na sua candidatura presidencial. Falou do que não conhecia e entrou em comparações regionais muito pouco elegantes para quem ocupa aquela posição na hierarquia do Estado. 

Segundo Ponto: Os custos da feira
Percebe-se a preocupação em relação aos custos da feira e à necessidade de a toda a hora e em todo o lugar referir que é realizada a custo zero para o orçamento municipal. Foi um recurso utilizado pelo presidente da Câmara e secundado por Cavaco Silva. Admitamos que é verdade. Por outro lado, convém lembrar o aforismo popular de que só se fala daquilo que não somos e que queremos convencer os outros que somos. Ninguém verdadeiramente com qualidade ou honesto está constantemente a afirmá-lo. São atributos que os outros devem reconhecer.

Terceiro Ponto: A feira franca
O presidente da Câmara e o Presidente da República, certamente embalados pelo momento, incorreram no erro da interpretação do conceito de feira franca que, ao contrário do que afirmaram, a Feira de Grândola não é nem nunca foi. Feira franca dizia e diz-se (se bem que é um conceito há muito abandonado, tanto mais que a legislação obriga a que os serviços públicos tenham o preço de custo coberto) em relação à isenção do pagamento aos comerciantes e não aos visitantes que historicamente em Grândola e no País nunca tiveram entradas pagas neste tipo de feira. Quando Carlos Beato falou de feira franca, secundado por Cavaco Silva, estava a referir-se à já propalada intenção de passar a cobrar bilhetes de entrada da feira. Nada mais que a semântica revelou. Há palavras e ideias que deveriam ser apresentadas com cuidado.

Quarto Ponto: O parque de exposições de Grândola continua a ser melhorado. É verdade. Na actual vigência política a realização de obras dura há seis anos e ainda não está concluído um projecto que foi anunciado, com pompa e circunstância, para concretizar em um ano. E não deixa de ser pouco, porque pouco mais acontece de iniciativa municipal.

Ponto Final: a Feira de Grândola - turismo, ambiente e desenvolvimento é um grande iniciativa e um privilegiado local de encontro.