«Esta crítica velada ao discurso do governo foi partilhada por João Proença, que foi ainda mais explícito. Sobretudo à forma como o govenro comunica com o País. Sobre a reacção do Executivo perante a evolução do desemprego, Proença afirmou: 'Embora considere correcta a actuação do Governo (claro, nem podia ser de outra forma, o homem enquanto deputado socialista até aprovou o novo Código do Trabalho), acho que há uma mensagem que não passa. Passa mais a mensagem pessimista de dizer às pessoas que hoje estamos mal do que uma mensagem cor-de-rosa de que hoje está tudo bem (...) (só pode ser maldade porque hoje está tudo bem) É evidente que o desemprego vai continuar a aumentar (vai? Não me digas? Conclusão do militante socialista ou do dirigente da central sindical UGT). O que podemos dizer é que para este Governo o desemprego é a questão central (não seria melhor se a preocupação fosse o emprego? Então não decidiram retirar direitos aos desempregados?).
Mais não foi apenas Proença a deixar avisos ao Governo (vá lá, sempre há algum consenso). Também Ferro Rodrigues apontou que apenas 'a informação completa' sobre a crise 'poderá combater o populismo e a demagogia' (o que interesse é dar a informação, dinheiro para o bife pode ficar para depois). E Mário Soares optou por atentar no PS. Sublinhando que a oposição não representa uma alternativa exortou os deputados a 'insuflarem alma, princípios éticos, ideologia e confiança' no partido onde, admitiu, falta debate interno."
Excerto de distintas intervenções nas jornadas parlamentares socialistas retirado da imprensa, com sublinhados meus, e que são esclarecedoras de que entre os socialistas não há diferenças em relação à questão central: as decisões políticas que afectam todos os portugueses. O resto é conversa.
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