As medidas anunciadas pelo Primeiro-Ministro no Parlamento, cuja pertinência reconheço embora as considere insuficientes, recordaram-me aquele episódio do alentejano que carregado de dores e fome avista ao longe um monte. Dirige-se para lá e procura por comida recebendo em troca um lamento de total ausência. Tornando ao caminho e já a alguma distância, é chamado, entrando logo em correria para a habitação. Pergunta o outro, «gosta de carapaus fritos de um dia para o outro?». Gosto, responde ele. «Veja lá que nem isso tenho para lhe dar». Sócrates veio dizer mais ou menos isto. As despesas com os livros já passaram, para o ano haverá mais famílias abrangidas. As PME estão com dificuldades, para o ano pagam menos na matéria colectável. Com a crise que por aí vai arrisco-me a dizer que não haverá matéria colectável para fazer incidir a nova taxa.