Jerónimo de Sousa, secretário geral do PCP, durante a apresentação do período de discussão das teses ao próximo congresso do partido salientou a necessidade de criar uma verdadeira alternativa de esquerda à política seguida pelo actual governo do PS e todos os outros do PS, do PSD e do CDS. Desde logo, se viu nesta afirmação a intenção ou possibilidade de coligações ou entendimentos com o BE e outras forças e movimento
s. Até aqui os exercícios parecem-me legítimos, apesar de hoje, em Grândola, o dirigente comunista vir dizer que é cedo para se falar
em alianças ou coligações. Outro dado interessante é reparar que os órgãos de comunicação social e comentadores que acusam o PCP de manter posições sectárias e conservadoras, perante este dado novo de aparente abertura e disponibilidade para o diálogo procurem encontrar rupturas ou divergências na direcção, Agostinho Lopes, ou se dê muito ênfase a uma saída, Henrique de Sousa, por o partido manter uma linha conservadora. Algo estranho, ou não, nesta altura.