O nosso empresário Belmiro de Azevedo defende que o IRC (o imposto sobre os lucros das empresas) deveria ser reduzido porque assim o governo estaria a estimular o investimento, sem ter preocupações ou medo (cá voltamos ao mesmo) de ser acusado de estar a beneficiar os donos das empresas porque essa redução iria servir para criar emprego. O homem fala como se o dito IRC comesse todo o lucro e não só uma parte que não chega a um terço do total alcançado e serve assim como uma forma, tímida, de distribuição da riqueza acumulada. Por outro lado, qualquer investimento que as empresas entendam fazer, para lá de poderem beneficiar do apoio do Estado e comunitário, entram para as contas e permitem reduzir o lucro, não se percebendo portanto a necessidade da redução do IRC. Mais, tanto quanto me parece não vejo nenhum trabalhador do universo Belmiro beneficiar directamente dos lucros das empresas. O que ouço falar é do seu acumular de riqueza pessoal ao mesmo tempo que cresce a precariedade nas suas empresas. E o resto são cantigas para adormecer o pagode.